Agentes da Secretaria da Saúde de Joinville estão aplicando um questionário com moradores em um raio de 100 metros de áreas de mata e nas áreas rurais da cidade. A estratégia faz parte de um plano de enfrentamento da doença, desenvolvido pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina, e contempla perguntas como nome e telefone do munícipe; há quanto tempo reside no local; quantas pessoas moram no endereço; além de perguntas específicas sobre a febre amarela e a presença de macacos na região.
Continua depois da publicidade
O tempo de preenchimento de cada questionário demora, em média, cinco minutos. Conforme os agentes este registro é de extrema importância para a prevenção à doença, uma vez que a partir das informações levantadas serão elaboradas ações para o enfrentamento à febre amarela.
— As informações passadas pelos moradores vão ajudar a Secretaria de Saúde no levantamento dos dados sobre possíveis epizootias e a detecção da circulação do vírus no município, além da buscativa nessas pessoas que ainda não se vacinaram —, destacou Nicoli dos Anjos, coordenadora da Vigilância Ambiental.
Outras ações estão previstas em Joinville, como rodas de conversa nas comunidades onde pessoas não têm conhecimento adequado sobre a doença. As ações devem ser finalizadas até o fim de setembro e nas casas em que não são localizados os moradores a secretaria deixa um bilhete com contato da unidade de saúde mais próxima do cidadão.
Preocupações
Segundo Nicoli, uma das principais preocupações é com a transmissão da doença na área urbana, devido à infestação do mosquito Aedes aegypti.
Continua depois da publicidade
— Temos muitos vetores do Aedes aegypti, hoje já ultrapassou o número de 2 mil focos positivos. A partir do momento em que um Aedes aegypti picar uma pessoa que esteja com o vírus da febre amarela, ele pode começar a transmitir esse vírus para outras pessoas —, comenta.
Outra preocupação, caso a doença seja contraída por humanos, é a alta taxa de letalidade da febre amarela. Dados de 2018 mostram que cerca de 40% das pessoas infectadas com o vírus vêm a óbito.
Números em Joinville
Somente em 2019, ao menos 13 macacos foram encontrados mortos em Joinville, sendo que em três deles a febre amarela foi identificada, nos bairros Dona Francisca, Vila Nova e Pirabeiraba. Em outros cinco casos a causa das mortes eram indeterminadas, enquanto outros quatro deles tiveram resultados negativos e um ainda aguarda o resultado.
A cidade também contabiliza uma morte de pessoa que contraiu a doença dentro do município, no Distrito de Pirabeiraba, em março deste ano.
Continua depois da publicidade
Orientação
A vacinação contra a doença alcançou apenas 65,17% da meta de 473.262 pessoas, imunizando 308.446 munícipes. Segundo o Serviço de Imunização Joinville, faltam ainda 164.816 pessoas para o atingimento da meta. A orientação da Secretaria da Saúde é de que as pessoas que não se vacinaram contra a febre amarela busquem uma das 55 unidades básicas de saúde para a imunização. O público alvo são pessoas de nove meses até 59 anos de idade.
Os moradores que identificarem macacos doentes ou mortos não devem tocá-lo. Nestes casos, devem comunicar imediatamente a Vigilância Ambiental, pelo telefone 3432.2337, das 7 às 18h30, ou pelo telefone de plantão (47) 9.8911.0851. Os macacos não devem ser capturados ou feridos, pois eles não são os responsáveis pela transmissão, e são também vítimas da doença. No meio urbano, o agente transmissor do vírus é o mosquito Aedes aegypti – o mesmo da dengue, zika vírus e febre chikungunya – que contamina pessoas que não estão vacinadas. A transmissão da febre amarela pelo Aedes aegypt não é registrada desde 1942.