O professor de Joinville que apoiou o ataque a creche de Blumenau foi afastado dos trabalhos pela Secretaria de Estado da Educação (SED) nesta segunda-feira (10). Além disso, um processo foi instaurado para apurar a conduta do profissional. Conforme publicado com exclusividade pelo AN, ele foi denunciado por pais e alunos da escola estadual Georg Keller por comentários violentos e preconceituosos. 

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Em respeito às medidas cautelares que foram emitidas no final de semana, o professor já não foi trabalhar nesta segunda, conforme a SED. A Justiça determinou que ele use tornozeleira eletrônica e não se aproxime de escolas.

De acordo com o delegado Vinícius Ferreira, responsável pelo caso, quatro pessoas acionaram a Polícia Civil para denunciar o professor da rede estadual de Joinville que apoiou o massacre em uma creche de Blumenau, que matou quatro crianças

Entre as denúncias estão também casos de racismo, homofobia, xenofobia e intolerância religiosa, por exemplo. Uma das denunciantes estava na sala de aula quando o professor disse que “mataria uns 15, 20. Entrar com dois facões, um em cada mão e ‘pá’. Passar correndo e acertando”, se referindo às vítimas da chacina na creche. 

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Professor de Joinville apoia ataque em creche de SC e é denunciado por alunos

Ainda conforme o delegado, as denúncias foram realizadas pelo telefone disponibilizado pela Polícia Civil. Para Vinícius Ferreira, os relatos são importantes para a investigação do caso.

Caso haja outras vítimas de discursos preconceituosos do educador, para denunciar, basta procurar a 7ª Delegacia de Polícia de Joinville, que fica na  Rua Prefeito Helmuth Fallgatter, número 215, bairro Boa Vista, ou entrar em contato pelo telefone 3481-2873, que também possui WhatsApp.

Confira a nota da Secretaria de Estado da Educação na íntegra

“A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da coordenadoria regional de Joinville, informa que instaurou um processo para apurar a conduta do professor da EEB Dr. Georg Keller e que ele será afastado das funções. 

A SED salienta que, visando o fortalecimento socioemocional, o currículo catarinense trabalha com competências e habilidades que ampliam o respeito e a empatia na sociedade. As coordenadorias regionais também contam com profissionais como psicólogos e assistentes sociais, que compõem o Núcleo de Prevenção às Violências Escolares (NEPRE), para dar suporte às escolas e estudantes”. 

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Professor está proibido de se aproximar de escolas

Conforme publicado exclusivamente pela colunista do NSC Total, Dagmara Spautz, o professor de Joinville será monitorado por tornozeleira eletrônica e está proibido de se aproximar mais de 50 metros de qualquer escola, seja ela pública ou privada.

A decisão judicial é deste domingo (9) à tarde, assinada pelo juiz Yhon Tostes, que atendeu a uma representação da Polícia Civil. A lista de medidas determinadas contra o professor inclui a proibição de acesso ou frequência a qualquer unidade escolar municipal, estadual ou federal, proibição de manter contato com qualquer estudante que tenha sido seu aluno ou presenciado os fatos narrados no inquérito, e obrigação de manter distância mínima de 50 metros dos estudantes, além do uso da tornozeleira.

O juiz determina que seja dada ciência aos órgãos municipais, estaduais e federais de gestão da educação para que seja providenciada a suspensão do cargo do professor, e a proibição de se aproximar de qualquer escola.

A princípio, a Polícia Civil trata o episódio como apologia ao crime por causa da fala incitando ódio e endossando a assassinato de crianças no ambiente escolar de Blumenau.

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