Alvo de desgastes com a onda de atentados em SC, a secretária de Estado da Justiça e Cidadania, Ada de Luca (PMDB), participou nesta quarta-feira de audiência na Câmara de Vereadores de Joinville.

Continua depois da publicidade

Junto do diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, ouviu críticas, deu justificativas, mostrou dados da pasta e divulgou uma relação de investimentos para o Presídio Regional de Joinville, garantindo reformas neste ano.

Segundo Ada, R$ 34,6 mil foram destinados à reforma do muro da unidade, R$ 143 mil à melhoria da sala de visitas e R$ 239 mil à reforma do Pavilhão 1. O dinheiro ficará aos cuidados da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR). Outros R$ 430 mil estão em fase de liberação para uma unidade de saúde no presídio.

O projeto ainda precisa de avaliação da Vigilância Sanitária. Por meio do Pacto por SC (empréstimo bilionário do Estado), mais R$ 2,7 milhões serão investidos na Penitenciária Industrial e R$ 1,72 milhão no regime semi-aberto até o próximo ano.

Continua depois da publicidade

As verbas atendem a pedidos do juiz corregedor do presídio, João Marcos Buch, que tem tomado a frente de cobranças por melhorias. Buch enviou carta justificando não poder participar da audiência, mas que estava disposto a conversar com Ada e Leandro em outro momento.

O vereador Odir Nunes (PSD) não mediu críticas.

– A senhora frustrou Joinville porque por duas vezes, no ano passado, não nos recebeu para tratarmos do presídio. Depois, vimos a crise que se instalou -, disse.

Ada respondeu que reuniões para atender comboios de vereadores não têm poder de buscar soluções práticas. Peemedebistas enalteceram o trabalho de ressocialização de presos defendido pela pasta.

Continua depois da publicidade

Ada e Leandro justificaram que a secretaria foi criada há apenas dois anos, tempo insuficiente para resolver as demandas dos presídios de SC, e que o contingenciamento de gastos no governo impediu melhorias no ano passado.

Os dois ressaltaram que a filosofia é investir cada vez mais em penitenciárias (no Norte, há planos de construção de penitenciária industrial em São Bento do Sul), onde presos poderão permanecer, trabalhar e estudar ao cumprirem pena. Para eles, todos os presídios de SC estão sucateados e não há razão para ampliá-los, apenas melhorá-los para que sejam, como diz a lei, local passageiro aos detidos que aguardam julgamento.

Sobre as cenas de tortura no presídio, o diretor do Deap disse que em 212 operações feitas entre ano passado e este ano, apenas esta teve problemas e resultou no maior afastamento de agentes até hoje (18 pessoas). Os casos continuam sendo apurados nas esferas criminal e administrativa.

Continua depois da publicidade