As lavouras de Santa Catarina já sentem os impactos da seca extrema que atinge todo o Sul do Brasil. A Epagri estima que as perdas na produção de milho chegam a 43%, o que faz o preço de vários alimentos aumentar. A previsão é de que a situação melhore apenas após a segunda colheita, na metade do ano.  

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— A safra de milho de Santa Catarina é a mais atingida pela seca. Com isso, o preço voltou a subir e segue subindo. A situação se agravou muito. A previsão nacional é de escassez de produto durante o ano — relata Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc).  

Segundo a Epagri, em novembro de 2021, a saca de milho ao produtor estava custando R$ 82, e agora já chega a R$ 95. 

— Até julho, quando tem a colheita da segunda safra, o suprimento do milho em Santa Catarina vai ser bem difícil. Vai ter que importar da Argentina ou de outros países já em abril — Haroldo Tavares, engenheiro-agrônomo da Epagri. 

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Apesar do milho em Santa Catarina ser usado principalmente para as rações de animais, diversos alimentos à base do produto, que fazem parte do dia a dia dos catarinenses, devem ser influenciados pela alta no preço.  

Veja alimentos que devem ficar mais caros

  • Milho verde 
  • Amido de milho 
  • Polenta 
  • Óleos 
  • Farinhas  
  • Pipoca 
  • Cervejas 

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Seca no Sul do Brasil 

O avanço da seca é realidade em toda a região Sul. No Nordeste, Centro-Oeste e Sul do Rio Grande do Sul, houve áreas afetadas pela falta de chuvas. O mesmo acontece em grande parte do Paraná. 

Esse cenário está associado à La Niña, que acontece quando há resfriamento das águas do Oceano Pacífico. O fenômeno provoca a diminuição das chuvas no Sul e aumento no Centro-Norte do Brasil. 

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Além da perda de 43% na produção de milho, a Epagri também estima perdas de 33% da colheita de milho silagem e 29% de soja.  

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Preços do frango e do porco não são afetados 

Apesar da maior parte da produção de milho e soja ser destinada para ração de animais, o valor desses produção não está afetando preço de aves e suínos agora. 

Conforme o vice-presidente da Faesc, há sobre de produto, o que deve segurar os preços até maio.  

— Há uma forte oferta de suínos e de frango no mercado que estão derrubando os preços ao consumidor. Ao contrário do que acontece com a carne bovina. Apesar do preço alto do milho, eu acredito que nós teremos preço baixos de carne suína e do frango no Brasil ainda por uns três a quatro meses. A produção é muito grande que está retida — explica.

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