Empreender não é um sonho dos tempos atuais entre os brasileiros. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada em 2016, em parceria com o Sebrae, há quatro anos ter um negócio próprio já estava entre os principais desejos da maioria das pessoas que vive no país.
Continua depois da publicidade
Entretanto, os que se tornaram empreendedores, hoje querem ir além. Em busca de expandir os negócios e aumentar a renda, principalmente no cenário atual, com a alta do capital estrangeiro, empresários de Santa Catarina apostam na profissionalização para tornarem-se competitivos também no mercado exterior.
Porém, os desafios de entrar no comércio externo acaba frustrando alguns empreendedores, de acordo com Filipe Gallotti, gerente de internacionalização do Sebrae/SC, principalmente porque para abrir ou manter uma empresa fora do país é preciso se adequar às normas do local.
— Os desafios são inúmeros, é uma construção com fatores dos mais diversos, detalhes que precisam ser analisados para se ter certeza de que o objetivo será alcançado, desde exigências legislativas, licenças e certificações, que são aspectos técnicos, mas também tem que ser analisado o mercado ideal, o custo, entre outros aspectos — afirma Gallotti.
Diante disso, pensando em atender essa demanda, o Sebrae/SC, juntamente com a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), lançou o Programa Go To Market.
Continua depois da publicidade
A iniciativa, com objetivo de oferecer capacitação, consultorias e qualificação às empresas e empresários, a fim de criar oportunidade e aumentar a competitividade no mercado nacional e internacional, está com inscrições abertas.
Para Gallotti, que, juntamente com representantes de outras entidades empresariais catarinenses, deve conduzir os encontros, é preciso fortalecer a corrente internacional dos negócios de Santa Catarina de forma sustentável a fim de aumentar sua rentabilidade.
— Desde o ano passado estamos focados em promover a internacionalização dos pequenos negócios catarinenses. Acreditamos que é fundamental capacitar as empresas para aumentar a competitividade delas, garantindo mais desenvolvimento para Santa Catarina — comenta Filipe Gallotti.
Go To Market 2021
O Go To Market 2021 inicia em 20 de janeiro e será composto por 30 eventos ao longo do ano, incluindo webinars, palestras, lives, consultorias e workshops em aspecto como conceito, marcas, patentes, vantagens, planejamento, inteligência de mercado, entre outros com foco na internacionalização.
Continua depois da publicidade
Para o ciclo 2021, alguns nomes de palestrantes confirmados como: Rodrigo Olmedo (UGlobally), Giovanna Paola Girardi (GP Girardi), Paulo Tenório (Trakto!), João Kepler (Bossa Nova), Pedro e Bruno Drumond (Drumond Avdogados), Ricardo Lepper (Soft Expert), Tales Andreassi (FGV), Gustavo Barreira (CBCA), Cleyton Ribeiro (Arezzo Co), José Luiz Pimenta (Amcham Brasil), Milton Rodrigues Gato (Andersen Consultoria) entre outros, além também de 3 trilhas “Workshops Setoriais” para o mercado Cervejeiro, Textil e Tecnológico/Startups.
— O programa está bem completo, sempre focando em internacionalização e competitividade, estamos tomando o cuidado para entregar conteúdo com qualidade, experiência compartilhada por especialistas e profissionais que já atuam no mercado, bem como empresários que passaram por tudo o que eles irão passar, somado a línguas, cultura e claro o core business do Sebrae – consultorias, capacitações e suporte ao crescimento e desenvolvimento do empresário — afirma o gerente de internacionalização.
De acordo com o Sebrae/SC, o programa que foca no empresário quer oferecer aos inscritos a certeza de que suas necessidades serão atendidas. A ideia é que o empresário se sinta parte de um contexto, que ele saiba que o trabalho da instituição é juntar as informações e sanar suas dúvidas e o que não estiver ao alcance dos profissionais naquele momento, o Sebrae/SC vai buscar parceiros estratégicos para atender as demandas.
Allan Carniel, proprietário da empresa catarinense Neokohm Telematics Intelligence, realizou o Programa este ano e revela que buscou o Go To Market para identificar oportunidades que possibilitasse a empresa aumentar a competitividade no mercado interno e atender seus clientes que já atuam internacionalmente.
Continua depois da publicidade
— Os encontros são bem intuitivos, com a participação de empreendedores que vivenciam a internacionalização no seu dia-a-dia, e que contribuem com muitas dicas práticas. Particularmente, gostei bastante da ferramenta de análise de maturidade para internacionalização, que indica o que precisa ser feito e quais os próximos passos — comenta Allan.
As oportunidades trazidas pela pandemia
Filipe Gallotti conta que a pandemia alterou o planejamento que o Sebrae havia feito para o primeiro ciclo do programa, no entanto, a crise ocasionada pelo novo coronavírus tornou-se mais um motivo para os empresários se reinventarem e usar isso como uma nova oportunidade.
Além disso, o gerente conta que pela facilidade do Ensino a distância (EAD), é possível oferecer mais conteúdos aos empresários e o diálogo flui com mais dinamismo. Nessa mesma linha, os consultores também se adequaram à nova realidade e estão conseguindo atender os participantes de forma remota.
Para Gallotti, a internacionalização é uma oportunidade das micro e pequenas empresas conquistarem novos mercados, novas receitas e seu espaço no mundo globalizado que vivemos.
Continua depois da publicidade
— Internacionalização é o ato de transformar algo em internacional. Simplificar a palavra e trazer ela para o significado prático é o que tenho tentado fazer, ou seja, mostrar aos empresários que internacionalização está ligada à competitividade. Toda empresa que quer ganhar mercado e melhorar sua competitividade precisa e deve participar do Go To Market, afinal, o Programa agrega conhecimento, aprendizado, compartilhamento de experiências, networking, consultoria e capacitação — afirma o gerente de internacionalização do Sebrae/SC.
Assim também pensa o empresário Allan, que confessa que ao se inscrever no Programa não acreditava em tantos benefícios que o Go To Market pudesse trazer para a empresa dele.
— No meu ver, todos os empresários, independente do porte, deveriam buscar um programa como este. No mínimo para plantar a semente em suas empresas de ser e pensar global. Vejo também como uma necessidade para as empresas manterem e inovarem em seu presente mercado, já que os consumidores estão cada vez mais exigentes e preparados — afirma Allan.