Com apenas 10% da obra do novo terminal de passageiros do Aeroporto Hercílio Luz concluída, a Infraero e o consórcio responsável pelo serviço negociam um novo prazo para a finalização. No último dia 14, a estatal notificou as empresas Espaço Aberto e Construtora Viseu, que formam o consórcio, e ameaçou romper o contrato. O motivo era o atraso do trabalho. As construtoras revidaram e acusam a Infraero de descumprimento do edital.
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Para Cornelius Unruh, diretor de Planejamento da construtora Espaço Aberto, a Infraero não cumpriu as etapas anteriores ao serviço. Leia a entrevista.
Diário Catarinense – Por que as obras do novo terminal de passageiros estão atrasadas?
Cornelius Unruh – Executamos aproximadamente 10% do nosso contrato. Mas do ponto de vista da empresa, nada deveria ter sido feito. O edital previa que estivessem prontos a terraplanagem e o canteiro de obras, etapa anterior ao nosso serviço. Mas a Infraero não nos entregou assim. O nosso contrato é de dezembro de 2012 e em maio de 2013 havia só metade do trabalho feito. Então se tivéssemos seguido o edital ainda nem teríamos entrado na obra, teria 0% executado.
DC – A Infraero diz que a empresa deixou de pagar subcontratadas.
Unruh – Não é questão disso. Nós temos, por exemplo, R$ 2 milhões em serviços a receber e que já foram executados. Por que eu não recebo? Porque etapas não foram cumpridas. E por que etapas não foram cumpridas? Porque condições prévias não foram dadas. Esta é a realidade.
DC – Da assinatura do contrato até agora se passaram 17 meses. Em algum momento a Espaço Aberto comunicou esses problemas à Infraero?
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Unruh – A comunicação vinha acontecendo. Eu tenho, de minha autoria, mais de 200 ofícios encaminhados para a Infraero – questionando e expondo para que a obra fosse regularizada. Porque o que nós buscamos é um consenso para poder dar continuidade à obra. Existe a notificação, existe a nossa defesa e estamos discutindo qual será a melhor solução a adotar.
DC – A empresa já foi notificada por não cumprir o contrato. O que pretende fazer agora?
Unruh – A nossa proposta é um novo cronograma, com uma lacuna de tempo para que essas situações sejam equacionadas pela Infraero. Desta maneira, nós poderemos executar o serviço e eles poderão nos cobrar.