Peemedebista de oposição ao presidente Michel Temer e ameaçado de expulsão do partido, o senador Roberto Requião (PMDB) está em Florianópolis nesta segunda-feira para participar de eventos em defesa da soberania nacional e contra o abuso de autoridade. Em entrevista à CBN Diário nesta manhã, o político fez fortes críticas à ação da Polícia Federal que resultou na prisão do ex-reitor da UFSC Luiz Carlos Cancellier de Olivo.
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“Foi um espetáculo midiático, uma humilhação, com revista íntima, em que 105 policiais vestidos de ninja invadiram a universidade. É o início do Estado fascista no Brasil. Espero que a morte de Cancellier seja o início da inversão dessa loucura”, afirma Requião. “Dei o nome do reitor ao relatório da lei do abuso de autoridade no Senado, que agora está na Câmara para ser votada.”
Requião afirma que o que considera “arbitrariedade” não é a resposta adequada á impunidade. “O Estado não pode ser arbitrário. Para corrigir um erro não se pode cometer dois deles. Quero ladrão do dinheiro público na cadeia, todos eles. Deixar que um menino que fez concurso público ontem fazer o que fez com o Cancellier é rigorosamente inaceitável. Que se apure o que tem que ser apurado, mas essa papagaiada que aconteceu em SC não pode ser aceita”.
Requião participa, às 15h, da aula pública “Resistência ao abuso de poder e ao fascismo: em defesa dos fundamentos do Estado Democrático de Direito e da Autonomia Universitária”, no Teatro Garapuvu da UFSC.
Pela manhã, participa na Assembleia Legislativa de um debate em defesa da soberania nacional. “O país está vivendo momento de loucura liberal. Os liberaloides sociopatas dizem que precisa privatizar o setor energético. Em Minas Gerais venderam três usinas: uma comprada por estatal italiana, outra por estatal chinesa, outra por estatal francesa. O governo está fazendo dinheiro para comprar deputados e impedir investigação.”
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Requião também comentou a ameaça de expulsão do PMDB: “Deveríamos falar do contrário: expulsar do PMDB os ladrões. Kátia Breu é acima de tudo uma mulher correta. Eduardo Cunha e Gedel Vieira Lima continuam filiados ao partido.”
Ouça a entrevista de Roberto Requião ao Notícia na Manhã.