Ele perdeu o cinturão em dezembro do ano passado. O catarinense Júnior Cigano sabe o que é alcançar a glória no UFC e enfrentar um período de recuperação após uma derrota inesperada. O Diário Catarinense procurou o lutador para ter uma visão técnica, de quem sabe o clima lá dentro, e assim construir uma visão de um lutador para o que aconteceu no último sábado na luta de Anderson Silva – nocauteado por Chris Weidman no UFC 162.

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Diário Catarinense – Se você pudesse dar um conselho ao Anderson Silva, que mensagem deixaria?

Júnior Cigano – Eu voltaria para a academia, repensaria a postura dentro do octógono, a atitude, buscaria rever conceitos e tentaria voltar mais forte, renovado, até porque vi um Anderson Silva superior tecnicamente no octógono, a derrota se deu por circunstâncias, a luta foi levada para o chão, se houvesse um outro encaminhamento o rumo não seria o mesmo, o Anderson é claramente superior ao Chris Weidman.

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DC – Como você analisa o fato de o Anderson cogitar a aposentadoria?

Cigano – Eu não seguiria este caminho, acho que ele tem que se reerguer, aprender com a derrota. É muito triste perder o cinturão, sei muito bem disso, aconteceu comigo, é um momento delicado na carreira do lutador, mas é um esporte extremamente competitivo, se trabalha no limite o tempo todo, o desgaste psicológico é imenso, então quando há a queda surge junto uma oportunidade de reconstrução de ideais, de valores, para que a pessoa possa voltar mais forte e focado do que nunca.

DC – Muito acreditam que houve menosprezo…

Cigano – Não vejo assim, o Anderson sempre usou esta postura como estratégia de luta, ele sempre fez isso, ajuda a desconcentrar o adversário, a subjugar, é na realidade um estilo que para este momento não foi eficaz, então acho que a coisa deveria ser avaliada tecnicamente e não com julgamento da pessoa.