A presidente Dilma decidiu viajar a Nova Iorque para falar na ONU. Anuncia discurso sobre o clima, mas quer avançar todos os sinais para denunciar que está sendo vítima de um “golpe”. Se tal acontecer estará criando mais uma crise entre as instituições republicanas e contribuindo para o naufrágio final do governo. Afinal, a decisão da Câmara Federal cumpriu todos os ritos ditados pelo Supremo Tribunal, o processo tramita regularmente no Senado e os crimes políticos praticados pela presidente estão mais do que provados. Estes, sim, golpes contra a nação: patrocinou o maior estelionato eleitoral da história, mentindo descarada e repetidamente, travou reajustes indispensáveis dos combustíveis e da energia, oxigenando a inflação, usou ilegalmente bilhões de reais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para financiar a campanha do assistencialismo eleitoreiro, abriu um rombo monumento nas contas públicas, tentou obstruir a Justiça com declarações e atos para barrar as investigações da Lava-Jato, dentro do Palácio alisou a cabeça de líderes sindicais que incentivaram invasões de propriedades públicas e particulares, não fez uma única declaração de condenação dos aliados criminosos e dos corruptos que liquidaram com a Petrobras, omitiu-se no saneamento de órgãos federais, negociou vergonhosamente cargos por apoio político etc etc..

Continua depois da publicidade

Continuar nesta choradeira ridícula de “golpe” e levar a lamúria à ONU significa afrontar a Câmara Federal, ofender a Suprema Corte e desprezar a inteligência da esmagadora maioria dos brasileiros.

– Falar em golpe é um equívoco gravíssimo – resumiu com o costumeiro brilhantismo o ministro Celso Melo, decano do Supremo.