Se as polícias brigam entre si, o que sobra para a sociedade que paga o salário de todos que pertencem às nossas forças de segurança? O episódio da prisão de policiais militares efetuada por policiais civis no batalhão da PM em Balneário Camboriú escancara algo que todos já sabiam: a rivalidade e picuinhas históricas entre as duas valiosas instituições.

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Se formos seguir os protocolos internacionais, os indicadores de violência no Brasil nos colocam na humilhante condição de criminalidade epidêmica. Basta olhar no site da Secretaria de Segurança Pública as estatísticas. É evidente que estamos perdendo a batalha. A criminalidade avança em Santa Catarina, mesmo sendo o Estado mais seguro do Brasil, como gostam de repetir as autoridades. Mas o Brasil é uma tragédia. A comparação tem que ser feita entre Santa Catarina.

Estamos afundando na segurança pública por vários motivos: legislação ultrapassada, falta de políticas públicas, sistema prisional falido, sistema educacional sucatado, efetivos reduzidos, falta de educação sexual nas periferias. Existem ainda, é verdade, outras inúmeras razões. O cidadão que se depara com furto de carro, arrobamento no comércio e assaltos, fica sem entender quando o noticiário aponta, frequentemente, briga entre as polícias. É PM x Guarda Municipal e PM x Polícia Civil. As mais comuns.

Infelizmente, ao contrário do que afirmam as entidades que representam os servidores da segurança, o pano de fundo não é a defesa da sociedade. Essa briga não se dá porque um quer mais do que o outro proteger o cidadão. Essa briga é por poder. Briga por atribuições legais e vaidade. O contribuinte catarinense espera mais do que selfies e postagens raivosas pelas redes sociais entre policiais de diferentes instituições. O que o cidadão pagador de imposto exige é que as polícias atuem conjuntamente no foco do combate à criminalidade e superem as diferenças corporativistas.

Reflexão

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Não está mais do que na hora de mudar a constituição e colocar o exército para atuar diariamente na segurança pública?

*Renato Igor é interino da coluna de Moacir Pereira. O colunista retorna de férias no dia 30 de maio.

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