O vazamento de petróleo que afeta as praias do Nordeste desde o fim de agosto tem uma possibilidade baixa de chegar no litoral de Santa Catarina, mas ainda nem sabe a causa e nem a quantidade de óleo que provocou este desastre ambiental. Assim, todo cuidado é pouco.
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De acordo com o oceanógrafo da Epagri, Carlos Eduardo Salles de Araujo, a mancha deve estar se descolando pelo eixo da corrente marítima do Brasil, que carrega águas quentes do Norte para o Sul. O transporte ocorre em uma velocidade lenta, com média de aproximadamente 2 quilômetros por hora. Em teoria, o óleo levaria de 45 a 60 dias, que já foi encontrado em praias da Bahia, para chegar no litoral catarinense. Além disso, com o tempo, o material sofre degradação e perde volume.
Ainda de acordo com o especialista, há uma plataforma continental, que tem de 10 a 30 quilômetros de extensão no Nordeste. Já no Sul, ela é mais larga, com mais de 100 quilômetros. Então, a água teria que atravessar essa distância, e ainda dependeria de condições específicas das correntes costeiras e de vento para que o óleo chegasse até as areias das praias de SC.
– Passando a região do Espírito Santo e chegando em Cabo Frio (RJ), a plataforma já fica bem larga, então passa a ser mais complicado para o óleo chegar. Mas é claro que precisamos seguir acompanhando, pois se essa mancha atravessar para o litoral do Rio de Janeiro e São Paulo, a gente tem que começar a acender um sinal amarelo, de alerta, e tentar ter pelo menos ações combinadas de Estado com Defesa Civil, para adotar medidas preventivas – disse o oceanógrafo, em entrevista ao Notícia na Manhã.
Ouça a entrevista completa:
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