Para fechar o caixa no fim do ano, as prefeituras das sete cidades pertencentes à SDR Joinville apertaram os cintos. Admitem que a matemática é complexa, mas esperam que, com as medidas de contenção de despesas adotadas, consigam atender ao que determina a Lei de Responsablidade Fiscal, que, entre outros pontos, determina fechar as contas sem deixar dívidas para o próximo prefeito.
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Os cortes vão desde material de expediente, diárias de viagens, despesas com publicidade, recolhimento de celulares até proibição de novas licitações.
Um dos principais responsáveis por esse aperto no cinto é a queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Das 293 cidades catarinenses, 70% não devem conseguir fechar as contas por causa da retração de receitas, segundo a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam).
– Toda a vez que a presidente Dilma faz alguma concessão, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para linha branca ou linha automotiva, na verdade ela está tirando dos municípios. Então, quem está pagando essa conta são os municípios -, critica o atual prefeito de Garuva e presidente da Amunesc, João Romão (PP).
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Os municípios recebiam 25% do IPI sobre a venda de automóveis e da linha branca. O presidente da Fecam, Douglas Warmeling, observa que o repasse do FPM dos últimos 12 meses aos municípios do Estado foi de R$ 2,602 milhões, crescimento de 4,38% em relação a 2011, índice menor que a inflação, que foi de 5,45%.
No mesmo período de 2010, o crescimento foi de 22,49%. Este ano, os municípios esperavam um aumento entre 20% a 22% no repasse e programaram suas despesas de acordo com essa expectativa. Segundo Warmeling, a própria União fez uma previsão de transferência de FPM de R$ 77 bilhões este ano para o País, mas o repasse deve ficar entre R$ 68 bilhões e R$ 69 bilhões.
– Os municípios se planejaram em cima dessa previsão. Por isso, boa parte não vai conseguir fechar as contas.
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Para a Fecam, SC deixou de arrecadar R$ 88 milhões em 2012 por causa da fraca atividade econômica do País. Além da queda do FPM, muitos convênios com o Estado e União não se confirmaram por causa do ano eleitoral, prejudicando ainda mais os pequenos municípios.
Outras dificuldades citadas pelo presidente da Fecam são os restos a pagar que a União deve para SC (R$ 371,7 milhões), o impacto financeiro do piso nacional do magistério (R$ 212 milhões) e o constante aumento do salário mínimo acima da inflação e acima do crescimento da receita (R$ 50 milhões).
– Não somos contra o aumento do mínimo e do piso do magistério, mas queremos saber de onde virá o dinheiro. Tudo o que é decidido em Brasília reflete no caixa da Prefeitura -, comenta Warmeling.
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