Com o sobrenome, Cleber foi marcante no futebol. Com os gols, Schwenck foi admirado e ganhou o apelido de Showenck dos torcedores dos times que defendeu. Mas o show acabou. Aos 39 anos, ele pendura as chuteiras. Foram mais de 25 equipes em 20 anos de carreira. O plano era chegar a ser quarentão da bola e terminar após a principal competição de Santa Catarina, Estado que virou morada do carioca. No entanto, antecipou a parada para começar o que sempre pensou quando a hora chegasse: seguir no esporte em que cresceu e envelheceu.
Continua depois da publicidade
Schwenck encerra a carreira no Marcílio Dias para seguir no Marinheiro. Nas últimas cinco temporadas, defendeu o clube em quatro, sempre assíduo com o fundo das redes enquanto vestiu azul e vermelho. A identificação gerou o convite para assumir como treinador da equipe sub-17 do clube de Itajaí. Aceitou e contrariou o desejo da família em jogar mais um Catarinense. A identificação pesou.
– Estava na minha mente jogar o Catarinense, mas entendo o projeto do clube e acho que não encaixaria. Amadureci a ideia e encerrei a carreira. Tive a oportunidade de jogar em vários clubes, mas no Marcílio foram praticamente quatro anos, fui artilheiro da equipe em competições e me identifiquei muito. Isso reflete fora de campo. A torcida me deu muito carinho e a diretoria me acolheu. Foi gratificante. Fiz tanto em tantos clubes e não tive tanto respaldo como no Marcílio Dias – justifica.
Para marcar o encerramento da carreira, haverá um jogo festivo no Dr. Hercílio Luz no dia 6 de janeiro, às 18h. Ele e seus amigos fazem um bate-bola contra o elenco do Marcílio Dias. O evento também servirá de apresentação dos jogadores do Marinheiro. Depois, no mês seguinte, Schwenck fará curso de preparação para o a função, pela CBF, já com o trabalho em andamento.
Seis times de SC no currículo
Schwenck só não defendeu time do Norte do Brasil nos 20 anos de carreira. Santa Catarina foi o Estado com mais equipes que vestiu camisa, seis. A porta de entrada foi o Figueirense, em 2006, e teve Criciúma, Joinville, Inter de Lages, Almirante Barroso e Marcílio Dias, seu último clube da carreira. Esta faz parte das vestes que marcaram sua vida dentro das quatro linhas.
Continua depois da publicidade
– Com o Marcílio me identifico bastante. Tive uma passagem boa pelo Figueirense, e também pelo Botafogo, onde sou lembrado até hoje pelo gol que fez o time escapar do rebaixamento (2004) – conta o agora ex-jogador, que tem muito apreço pelo Nova Iguaçu, do Estado natal, pela formação e o início da carreira.
O carioca jogou em quatro países distintos na carreira internacional concentrada entre 2004 e 2007 e contabiliza sete títulos ao longo dos 20 anos. Porém, a maior conquista foi o respeito que construiu na trajetória como atleta. É o que causa orgulho quando olha para trás e analisa tudo que viveu antes da nova fase que está por vir.
– Não posso dizer que faltou fazer algo. Acho que se houve clube abrindo porta é porque tive algo de bom. Por onde passei deixei as portas abertas quando saí. Fico feliz por isso. Sempre mantive minha palavra e a honrei até o fim.