Schroeder, município de pouco mais de 20 mil habitantes no Norte de Santa Catarina, lidera o número de casos de Febre Oropouche na região do Vale do Itapocu. Segundo o último relatório da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC), divulgado em 16 de agosto, foram confirmados 11 casos da doença, sendo o terceiro município com maior número de infectados no Estado.

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O número aumentou em comparação ao último relatório, em 8 de agosto, onde constavam sete casos em Schroeder. Os demais municípios da região permanecem com os mesmos registros: Corupá contabiliza três casos da doença; e Jaraguá do Sul e Guaramirim, um cada. No total, a região registra 16 confirmados.

SC ultrapassa 170 casos confirmados de Febre de Oropouche em cinco meses

Conforme a Secretaria de Saúde de Schroeder, dos 11 casos, 10 são autóctones, ou seja, foram contraídos no próprio município. Eles foram identificados nos bairros Schroeder I, Rio Hern, Centro Leste e Braço do Sul. Um segue em investigação.

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Dois pacientes, inclusive, chegaram a ficar internados por conta da doença, mas já receberam alta hospitalar, avisou a enfermeira do setor de Vigilância em Saúde, Cristiane de Lima Pacheco de Miranda Lima:

— Todos os pacientes se recuperaram bem.

O que fazer ao identificar os sintomas

Os sintomas são muito parecidos com a dengue: febre, dor no corpo e articulações, dor de cabeça, náuseas, vômitos e em alguns casos também podem aparecer manchas no corpo. Em Schroeder, os pacientes que apresentarem os sintomas devem procurar atendimento preferencialmente na unidade de saúde mais próxima de casa ou na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município.

— Importante ressaltar que, para saber se o paciente está com Febre Oropouche, o exame precisa ser coletado até o 5º dia dos sintomas — orienta a enfermeira Cristiane.

Os exames são realizados nos próprios municípios e enviados ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) em Florianópolis. Primeiro, são realizados testes para Dengue, Zika ou Chikungunya. Caso os resultados sejam negativos, o Lacen encaminha a amostra para testar para Febre Oropouche. O exame leva em torno de 30 a 40 dias para ficar pronto. Depois, o resultado é enviado novamente aos municípios.

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Segundo o Ministério da Saúde, não existe tratamento específico para a Febre Oropouche. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento da rede municipal de saúde ou de um médico.

Cuidados

As orientações para prevenção contra a Febre Oropouche também são similares com a da dengue: usar repelente em áreas do corpo que estão desprotegidas; usar telas nas janelas e portas; e utilizar roupas compridas.

Ainda em junho, quando foi confirmado o primeiro caso da doença em Jaraguá do Sul, maior cidade da região do Vale do Itapocu, a prefeitura também indicou as seguintes precauções: evitar locais de mata e beiras de rios, principalmente nos horários de maior atividade do mosquito (entre 9 e 16 horas); e fazer a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, recolhimento de folhas e frutos que caem no solo.

Veja o número de casos nas cidades do Vale do Itapocu

  • Schroeder: 11 casos 
  • Corupá: 3 casos 
  • Guaramirim: 1 caso
  • Jaraguá do Sul: 1 caso 
  • Total: 16 casos 

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Vale do Itajaí lidera o número de casos confirmados em SC

Luiz Alves, no Vale do Itajaí, é o município do Estado com o maior número de infectados, com 91 casos confirmados. A cidade faz limite com Massaranduba, no Norte de SC. Já Botuverá vem logo em seguida, com 37 infectados. No total, o Estado contabilizou 176 casos em mais de 12 cidades diferentes.

O Ministério da Saúde define a Febre Oropouche como uma doença causada por um arbovírus, ou seja, doenças virais transmitidas por mosquitos ou carrapatos. O mosquito Maruim (Ceratopogonidae), encontrado em Santa Catarina, é o principal vetor da doença. A cidade de Luiz Alves, inclusive, decretou emergência por conta da infestação do inseto.

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