Em 2010, Clerio Roque Boesting, 44 anos, trabalhava como motorista e morava em Chapecó, cidade no Oeste do Estado com 189 mil moradores. A partir de maio, a vida dele mudou duas vezes: Clerio passou a viver em Schroeder, com 16 mil habitantes, e se tornou servente de pedreiro.
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A mulher dele, Euzeni, 43, conseguiu emprego em uma empresa de Jaraguá do Sul e passou a ganhar um salário melhor. E a família realizou o sonho de morar em uma casa própria de dois pisos, construída no bairro Schroeder 1.
Assim como Clerio, uma multidão escolheu Schroeder para viver nos últimos dois anos e fez da cidade a que mais cresceu proporcionalmente em população entre as cinco do Vale do Itapocu desde 2010, segundo estimativa do IBGE divulgada na sexta-feira. São 932 habitantes a mais – aumento de 6%.
A pesquisa por amostragem calculou que a população teria aumentado 4% em Jaraguá e em Guaramirim; e 2,5% em Corupá e em Massaranduba. Outros dados ajudam a entender por que Schroeder foi a cidade em que houve mais expansão populacional na região. De 2010 a julho de 2012, surgiram na cidade 1,25% mais empregos. Mais do que a média estadual do período (0,2%), segundo o Ministério do Trabalho.
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A maioria das vagas surgiu na indústria de transformação, que, em 31 meses, aumentou em 1,99% a quantidade de empregos formais criados pelo setor. No Censo de 2010, o IBGE já apontou que a média salarial do município estava bem. Entre as famílias que tinham casa própria, a principal parcela de renda mensal era a entre dois e dez salários mínimos.
Há também indícios de que Schroeder pode ter se mostrado uma boa cidade-dormitório para a região. A família de Clério, por exemplo, decidiu pela mudança para acompanhar o filho mais velho, Eduardo, hoje com 21 anos. O rapaz mudou-se em 2009 para a casa de uma tia que vive em Schroeder, onde conseguiu emprego. Os pais e a irmã mais nova, Camilly, de oito anos, se mudaram depois de um ano e meio.
– Escolhemos Schroeder porque os terrenos eram mais baratos do que em Jaraguá e adoramos a cidade. Aqui tem emprego, o trânsito é mais tranquilo e a qualidade de vida é melhor do que onde morávamos -, comenta Clério.
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O secretário de Planejamento e Finanças de Schroeder, Denilson Weiss, acredita que o aumento de população deve se manter, mas não a ponto de mostrar aceleração nos próximos levantamentos.
– A cidade tem muito para se desenvolver, mas a tendência é os terrenos continuarem se valorizando -, avalia.
Jaraguá ganhou mais 5,2 mil
Nos últimos dois anos, Jaraguá do Sul ganhou cerca de 5,2 mil moradores, segundo o IBGE, o que coloca a cidade no topo do Vale do Itapocu quando o assunto são os números abosolutos do crescimento populacional. Ou seja, a cidade incorporou, entre 2010 e 2012, um município do porte de Guarujá do Sul, no Oeste de SC, com 4,9 mil habitantes.
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O secretário de Desenvolvimento Econômico de Jaraguá do Sul, Afonso Piazera Neto, diz que o resultado indica que crescimento populacional da cidade está estabilizado. Ele lembra que no período entre 2007 e 2010, quando o IBGE realizou uma contagem e depois o Censo com dados oficiais, o crescimento foi de 13,1 mil pessoas – cerca de 10%.
– Nos anos anteriores, a migração de pessoas que vinham de regiões mais agrícolas em busca de trabalho era maior. Hoje, muitos desses municípios se desenvolveram e oferecem mais oportunidades de emprego -, destaca.
De acordo com ele, os migrantes vieram, principalmente, no Sudoeste do Paraná, Oeste de SC e Norte gaúcho. Para Piazera, a menor taxa de natalidade teria contribuído para o crescimento menos acelerado da população.
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