Francesca Schiavone foi eliminada na primeira rodada do Brasil Tennis Cup, em fevereiro deste ano nas quadras roxas da Federação Catarinense de Tênis (FCT). Porém, parece que o pouco tempo que ela passou em Florianópolis serviu para a cidade conquistar a italiana campeã de Roland Garros em 2010.

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Com uma lesão no ombro direito, a tenista escolheu a Capital de Santa Catarina para se recuperar e pediu ao presidente da FCT, Rafael Westrupp, para treinar nas quadras da federação:

– Vim fazer um tratamento de fisioterapia aqui e tirei uns dias de folga. Agora estou pronta para treinar. Trabalhar aqui é muito bom porque tem as condições perfeitas para a minha recuperação. Posso treinar na academia do Guga, que é maravilhosa, e o Rafael me deu a liberdade de treinar aqui – contou a simpática italiana.

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Com 34 anos, Schiavone trabalha para voltar as quadras a tempo de encarar mais um Aberta da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada. Enquanto isso, aproveita para conhecer o que Floripa tem de melhor. Ela está hospedada em Jurerê Internacional e já conheceu várias praias da Capital, assim como provou as comidas. Encantada com churrasco, ela se surpreendeu com as ostras do Ribeirão da Ilha, uma especialidade manezinha.

– Gosto de conhecer onde estou. Assim, fui a Lagoa da Conceição, Mole, Joaquina e ainda planejo um tour completo pela Ilha. Estou vendo como vocês vivem e tudo que esse linda ilha oferece. ?

Diário Catarinense – Você teve a oportunidade de encontrar o Gustavo Kuerten neste tempo aqui?

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Francesca Schiavone – Falei com o Guga no sábado. Ele estava falando sobre o livro dele. Não conseguia entender muito bem porque ele falou em português, mas eu podia sentir ele. Ele é uma pessoa muito especial. Toda vez que ele jogava todos os outros jogadores paravam para assistir. Quando ele parou ficamos muito tristes. Ele é um grande exemplo para o mundo. É uma pessoa emocional e jogava um tênis totalmente diferente. E agora eu posso entender como ele se preparou para jogar naquele nível. Foi ótimo conhecer ele.

DC – Você é a tenista italiana que chegou mais longe no ranking do WTA, quarta posição. O Guga sempre foi de trocar experiências aqui com crianças e tenistas. Você também faz isso na Itália?

Schiavone – Quando Guga estava jogando ele não tinha muito tempo e quando parou tem mais oportunidades para conversar com as crianças. Adoro fazer isso. Sou de Milão, mas a minha mãe tem uma pequena casa em uma cidade perto e quando vou lá converso com as crianças, adultos. Se eles querem me perguntar eu respondo com prazer. Porque para mim, quando encontro alguém com mais experiência, eu gosto de aprender, perguntar. Algumas vezes organizamos uma partida exibição. Com as tenistas italianas temos boas atletas agora e não acho que elas precisam conselhos meus. Vamos treinar juntas e o exemplo você tem que dar dentro da quadra.

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DC – No próximo ano o Brasil Tennis Cup será disputado no final de julho, pensa em voltar aqui?

Schiavone – Pode ser interessante. Tenho que conversar com o Rafael e com a minha equipe, claro. Por ser depois de Wimbledon, é um momento que você descansa e volta a trabalhar forte. As condições são boas. Mas neste momento posso dizer: é uma boa ideia.

DC – Seus melhores resultados são em quadras de saibro. É a sua preferida?

Schiavone – Eu gosto de jogar em todas as superfícies. Eu cresci jogando no saibro, porque na Itália é o que mais tem. A minha quadra pessoal é dura. Eu trabalho melhor a velocidade e o jogo mental e assim chego mais preparada para jogar no saibro.

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DC – Você entrou para a história junto com Svetlana Kuznetsova por disputarem a partida com maior duração entre as mulheres. No Aberto da Austrália, em 2010, que teve 4h44min de duração e que você venceu. O que pensava durante o jogo?

Schiavone – Quando você está no jogo você não pensa em nada do que está acontecendo do lado de fora. O que você pensa é: “Como eu posso vencer ela?”. A chave é viver o momento. Se você começar a pensar: “Meu Deus está demorando muito”, você não consegue continuar. Tem que pensar no jogo, no momento. Foi fantástico e não sabia que estava demorando tanto. Eu adorei muito aquela partida. Algumas vezes vejo de novo o jogo e penso: “Estava jogando muito”.