Um novo pedido de aumento do gás natural foi protocolado pela SCGás, concessionária responsável pelo abastecimento do insumo em todo o Estado. Neste pedido, o quarto do ano, a empresa solicita reajuste de 22,38% para o setor industrial, além da manutenção dos aumentos já homologado e previsto para julho e outubro.

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Em março, a Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (Agesc) autorizou um aumento escalonado de 5% em abril, já efetivado, mais 5% em julho e 5% em outubro próximos.

Em reunião na tarde desta terça-feira com a direção da SCGás, a Federação das Indústrias (Fiesc) defendeu que sejam mantidos apenas os reajustes já autorizados para 2012. O cálculo da Fiesc aponta que, se for autorizada a nova elevação, a alta acumulada entre outubro do ano passado e outubro deste ano chegará a 43%.

– O impacto disso seria desastroso no ambiente econômico que vivemos, com sinalização de crescimento do PIB de 2% em 2012, e considerando que já há retração nas vendas – disse o presidente da Câmara de Energia da Fiesc, Otmar Müller.

Ele lembra que no setor de vidros o gás chega a 35% do custo de fabricação e na de revestimentos cerâmicos a 25%.

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Em ofício entregue durante a reunião ao presidente da SCGás, Cosme Polêse, a FIESC argumenta que a indústria catarinense apresenta queda de produção de 5,1% no primeiro quadrimestre, “estando impossibilitada de fazer repasses adicionais ao produto final, exigidos com o referido aumento”. Na reunião, a SCGás defendeu o reajuste considerando a alta do câmbio e a ocorrência de déficit no caixa da empresa.

– Defendemos, acima de tudo, um processo transparente, em que haja regulação do contrato de concessão de forma clara, dentro de um processo regular, sem haver esses transtornos que ocorrem periodicamente – disse Müller.

– Também há a necessidade de atualização do contrato de concessão, que foi concebido nos anos 1990, dentro de um cenário econômico e de risco Brasil diverso do que é hoje. Esse contrato foi muito benéfico, na época, para atrair investidores internacionais, mas em nada condiz com a realidade econômica atual – acrescentou.

A SCGás argumenta que o custo de aquisição do gás – calculado com influência do câmbio e do preço do petróleo – tem previsão de crescer mais 22,35% em 2012, após ter encarecido quase 50% em 2011. Estes números apontam déficit de R$ 41 milhões no resultado da empresa. A Agesc deve avaliar e julgar o novo pedido da SCGás até esta quinta.

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