A SCGás solicitou um reajuste no preço do gás natural de 5% para a indústria. Para os demais segmentos _ residencial, comercial e veicular _, o pedido varia entre 14% e 16%. O governo sinaliza em aprovar o aumento.
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Hoje, a indústria é responsável por 78% do consumo de gás natural de SC. Se for aprovado, o reajuste impactará diretamente nos custos das indústrias cerâmica, de vidro, laminadores de aço e fabricantes de corantes e esmaltes de SC.
Além do aumento ser repassado para o consumidor, ele tornará os produtos cerâmicos até 5% mais caros do que o dos concorrentes de São Paulo. Esta é a estimativa do presidente da Câmara de Energia da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Otmar Müller, que afirma que o reajuste chega em um péssimo momento, quando o nível da atividade do setor está reprimido.
Com este novo aumento, após o de 7% em outubro, as indústrias que têm até 25% do custo direto de produção relacionado ao gás natural, como a cerâmica, devem elevar os preços de seus produtos. Segundo Müller, com este repasse para o consumidor, o produto catarinense ficaria mais caro do que o paulista.
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_ Teremos não apenas o risco de perda de mercado, mas também o de migração de indústrias daqui para SP, já que o principal mercado de muitas empresas é a Região Sudeste _ prevê.
O pedido da SCGás para o reajuste de preços para todos os segmentos foi feito para a Agência Reguladora do Estado de SC (Agesc) na segunda-feira. Ontem, ele teve um ajuste _ o aumento para a indústria foi reduzido de 11,31% para 5%. De acordo com Francisco de Camargo Filho, diretor executivo da Agesc, um resposta sobre a solicitação deverá ser divulgada até o final desta semana.
Em janeiro, a SCGás pediu um aumento no preço do gás natural para todos os segmentos de consumidores de 9,7%. Na época, o governador Raimundo Colombo afirmou que não havia espaço ou motivos para um reajuste. A Agesc também posicionou-se contra. Ontem, o presidente do conselho de administração da SCGás, Antonio Gavazzoni, disse que o momento atual é diferente
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daquele de janeiro.
Neste período, a Petrobras teria repassado 13% de aumento do custo do insumo importado da Bolívia para a SCGás. Desde o primeiro trimestre de 2010 e até o último trimestre do ano passado _ os reajustes da Petrobras são feitos a cada trimestre _, o preço do gás natural cobrado pela Petrobras subiu 40%. Procurada pela reportagem, a Petrobras não confirmou nem desmentiu novos reajustes em 2012.
_ Até agora o governo segurou os repasses porque o desenvolvimento econômico precisa de apoio. Mas agora a margem da SCGás está no limite do suportável e precisamos fazer este aumento _ explicou Gavazzoni.
A SCGás teria conseguido reduzir o reajuste atual para a indústria com a garantia de realizar duas novas revisões tarifárias este ano: uma em julho e outra em outubro. Nestas datas, dependendo do comportamento do preço do gás, poderão ser repassados aumentos ou reduções no custo do combustível em SC.
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