A cobertura vacinal com a segunda dose de reforço contra a Covid-19 não chega a 20% do público-alvo em Santa Catarina, segundo dados da plataforma da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Apenas 837 mil pessoas aptas a receber o imunizante, que possuem 30 anos ou mais, tomaram todas as doses disponíveis. O índice está muito abaixo do esperado pelos órgãos de saúde e chama a atenção no fim de ano, período com tendência de aumento na transmissão da doença.

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— Nós estamos longe da meta esperada, tanto para a primeira dose de reforço quanto para a segunda. Quando a gente avalia o segundo reforço, o número é muito baixo — afirmou Arieli Fialho, gerente de imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).

A meta prevista para a cobertura vacinal é de 80% com cada dose do imunizante, índice atingido com o esquema primário de imunização. No entanto, cerca de 54,4% das pessoas com mais de 12 anos se vacinaram com o primeiro reforço e 19,7% do público a partir de 30 anos possui o segundo reforço contra o coronavírus.

A disponibilização da quarta dose avançou pelas faixas etárias, pela última vez, em 19 de julho. Ainda não há previsão, de acordo com a Dive, para tornar grupos mais jovens aptos a receber a última vacina do esquema vacinal em vigor. Essa orientação é repassada pelo Estado, em conjunto com os municípios.

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— A gente precisa melhorar a cobertura com esses grupos já definidos para avançar a imunização. Ainda não temos orientação para reduzir as faixas etárias — explicou Arieli.

Alerta para o fim de ano e nova variante

Em meio ao alerta de especialistas para um nova onda da doença, Santa Catarina registrou aumento de 22% no número de casos ativos de Covid-19 em apenas uma semana. De acordo com dados do Painel do Coronavírus do NSC Total, o Estado passou de 1.677casos, em 31 de outubro, para 2.053 o último domingo (7).

A Dive emitiu uma nota informativa nesta quarta-feira (9) sobre o possível aumento de casos da Covid-19 no fim de ano e a circulação da variante BQ.1. Segundo o documento, processos de vigilância epidemiológica, laboratorial, genômica e as ações de vacinação devem sofrer adequações para intensificar os trabalhos.

— Com o possível aumento de casos, a vacinação em baixa pode levar à hospitalização e óbitos porque a vacina atua para evitar casos graves. Por isso, a gente reforça a importância de manter o esquema vacinal completo a depender da faixa etária — disse a gerente da Dive.

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Além disso, a nova variante BQ.1 da Ômicron possui a capacidade de escapar do sistema imunológico, tanto de quem já tomou as vacinas contra a doença, quanto de quem já teve a infecção. Os especialistas especulam que ela poderá infectar tantas pessoas quanto as versões anteriores da Ômicron.

Por conta da avaliação de uma possível piora no cenário epidemiológico, os órgãos de saúde estaduais indicam que as pessoas pratiquem a etiqueta da tosse e mantenham a higiene das mãos. Em caso de sintomas gripais, pacientes devem buscar atendimento em uma unidade básica de saúde para realizar um teste de diagnóstico do coronavírus.