Cerca de cinco meses após os primeiros registros de Febre de Oropouche em Santa Catarina, 176 casos foram confirmados no Estado. Os dados são da Diretoria Vigilância Epidemiológica (Dive/SC), atualizados na sexta-feira (16). 

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Segundo a Dive/SC, as secretarias municipais de saúde, em conjunto com o Estado, estão desenvolvendo uma série de ações complementares para fortalecer a vigilância da doença. As ações incluem a sistematização das informações dos casos suspeitos e confirmados, coleta de vetores para levantamento entomológico e encaminhamento de amostras de outros pacientes para testagem pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen/SC).

No final de julho, o Ministério da Saúde confirmou duas mortes por Febre Oropouche na Bahia e investiga uma morte causada pelo vírus de um paciente do Paraná, mas que teria como local de infecção Santa Catarina.

Febre Oropouche pode virar epidemia em SC?

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Este óbito ainda não teve a confirmação da causa pela pasta. O governo federal confirmou ao NSC Total que o paciente tinha histórico de viagem à região de Blumenau. A vítima foi diagnosticada no Paraná e a doença causou a morte do paciente também no estado vizinho.

Vale do Itajaí lidera o número de casos confirmados em SC

Luiz Alves, no Vale do Itajaí, é o município do Estado com o maior número de infectados, com 91 casos confirmados. Em seguida está Botuverá, na mesma região, com 37 casos e Schroeder, no Norte catarinense, com 11. Há casos confirmados em mais 12 cidades de Santa Catarina. (Veja abaixo)

Veja as cidades com casos confirmados 

  • Antônio Carlos – 2 casos 
  • Benedito Novo – 1 caso 
  • Blumenau – 10 casos
  • Botuverá – 37 casos 
  • Brusque – 7 casos 
  • Corupá – 3 casos 
  • Guabiruba – 2 caso 
  • Guaramirim – 1 caso
  • Ilhota – 6 casos 
  • Jaraguá do Sul – 1 caso 
  • Luiz Alves – 91 casos  
  • São Martinho –  1 caso 
  • Schroeder – 11 casos 
  • Tijucas – 2 
  • Total: 176 casos 

OPAS emitiu alerta sobre alto risco da febre Oropouche

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde nas Américas (OMS), emitiu um alerta epidemiológico de risco alto para a doença nas Américas no início de agosto. 

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A entidade afirmou que “recentes mudanças altamente preocupantes” nas características da doença fizeram a decisão ser tomada, com destaque para o registro de casos da doença fora das regiões endêmicas.

As mortes confirmadas na Bahia e o caso de transmissão vertical, assim como outros óbitos fetais e casos de recém-nascidos com anencefalia em monitoramento, também colaboraram para o alerta.

“Reconhecendo que essas observações ainda se encontram em fases iniciais de investigação e que a verdadeira trajetória da doença ainda é desconhecida, o nível de risco para a região foi ampliado para alto”, destacou a entidade. 

Sintomas e tratamentos 

A Febre Oropouche é uma doença causada pelo arbovírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim. Os sintomas são repentinos e parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.

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Em cerca de 60% dos pacientes, algumas manifestações, como febre e dor de cabeça, persistem por duas semanas. Não há tratamento para a doença. A prevenção é feita a partir da proteção contra os mosquitos transmissores. Conforme a Dive, não há tratamento específico para os infectados com a doença. Os pacientes devem permanecer em repouso, com acompanhamento da rede municipal de saúde.

A Febre Oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Depois disso, foram relatados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Também ocorreram registros da doença no Panamá, Argentina, Bolívia, Equador, Peru e Venezuela. Com a ampliação da investigação da infecção no país, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados.

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