Embora tenha sido um Estado relativamente menos afetado pela recessão em vários aspectos – como o desemprego – Santa Catarina foi a unidade da federação (UF) com a sexta maior retração no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 ao alcançar R$ 249 bilhões, valor 4,2% menor, em termos reais, que o de 2014. Também superou o encolhimento do país naquele ano, de 3,5%. Os dados das Contas Regionais 2015 foram divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE. Pela primeira vez na série histórica (desde 2002) todas as UFs apresentaram retração no PIB.

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Segundo o secretário de Estado da Fazenda, Renato Lacerda, os números não surpreendem, um vez que a arrecadação havia encolhido 4,6% em 2015. Para Lacerda, a queda no PIB estadual se explica pelo peso da indústria para o Estado.

— Santa Catarina é um dos Estados que tem maior participação da indústria no PIB. Como essa fatia é grande, a retração da indústria impactou mais aqui. Mas, se analisar a série histórica, dá para ver que o Estado tem solidez, e veio aumentando a participação no PIB nacional. Quem tá subindo agora, tá recuperando quedas de anos anteriores, enquanto SC vem mantendo um crescimento constantes. A nossa estabilidade nos últimos três anos é o que demonstra nossa solidez – afirma.

É a mesma avaliação que faz o economista e consultor da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Paulo Guilhon:

— A indústria tem uma participação maior aqui, de cerca de 29% no PIB de Santa Catarina, o que significa que a riqueza gerada aqui depende muito da indústria. E quando vem a crise, evidentemente a indústria sofre muito. Além disso, em 2015 vivíamos um processo muito agudo na política – explica Guilhon.

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Apesar do recuo, SC manteve a posição de sexto maior PIB do país e quarto maior per capita. O participação dos catarinenses na riqueza nacional ficou estável em 4,2%. De 2002 a 2014, SC foi o segundo Estado que mais aumentou a participação no PIB nacional, alta de 0,5 pontos percentuais, empatada com o Mato Grosso. De 2013 para 2014, o produto interno bruto do Estado havia crescido 2,4%.

No país, Mato Grosso do Sul e Roraima foram os menos afetados pela crise, com queda de 0,3% no PIB cada um. As maiores retrações foram registradas no Amapá (-5,5%), no Amazonas (-5,4%) e no Rio Grande do Sul (-4,6%).

Em 2015, cinco Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná) foram responsáveis por 64,7% do PIB nacional. Entre 2002 e 2015, os maiores crescimentos acumulados são de Tocantins (112,1%), Mato Grosso (101,8%), Piauí (84,4%), Acre (81,2%) e Rondônia (79,4%). O maior PIB per capita foi o do Distrito Federal (R$ 73.971,05), enquanto o Maranhão teve o menor (R$ 11.366,23).

PIB per capita do DF foi 2,5 vezes o do Brasil em 2015

Por unidade da federação, o maior PIB per capita continua sendo o do Distrito Federal, com o valor de R$ 73.971,05, cerca de 2,5 vezes maior que o PIB per capita do País. Os outros maiores são, nesta ordem, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Nenhum desses Estados mudou sua posição no ranking em relação a 2002. O Mato Grosso foi o Estado que mais avançou ao passar de 11º em 2002 para 7º em 2015.

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Por outro lado, Maranhão (27º) e Piauí (26º) foram os menores neste aspecto em 2015. Ao longo da série, estes dois Estados alternaram posições, mas nunca deixaram de ter os menores resultados. No entanto, a distância em relação ao PIB per capita nacional diminuiu: em 2002, o PIB per capita de ambos era cerca de 30% do valor nacional e, em 2015, alcançou 40%.