Uma infestação de escorpiões no Norte de SC acendeu o alerta para a presença do animal em Santa Catarina, que pode provocar acidentes com humanos e até mesmo mortes. No último ano, foram mais de 300 casos registrados no Estado, em meio a crescente de casos no país.
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O Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC) atendeu 5.823 casos de acidentes com animais peçonhentos e venenosos em Santa Catarina em 2023. Deste total, 8% foram com escorpiões.
O Relatório Anual do CIATox/SC aponta ainda que, do total de ocorrências, 5,7%, ou 333 casos, ocorreram com escorpiões do gênero Tityus spp. Em Santa Catarina, são encontradas duas das quatro espécies de escorpiões mais perigosas do Brasil.
São elas o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) e o escorpião-marrom (Tityus bahiensis), sendo o primeiro de maior importância em saúde. Também é encontrada a espécie Tityus costatus, conhecida por escorpião-manchado.
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Veja fotos dos escorpiões venenosos encontrados em SC
O Boletim Epidemiológico do CIATox/SC de 2022, o mais recente divulgado, traz o registro de 343 atendimentos humanos de acidentes por escorpiões naquele ano.
Do total de acidentes com escorpiões, 5,8%, equivalente a 20 casos, foram com o escorpião-amarelo. Já outros sete casos (2%) ocorreram com o escorpião-manchado, seguido do escorpião-marrom, que teve 84 casos de acidentes com humanos (24,5%).
Ainda de acordo com o boletim do órgão, a maior parte dos acidentes, sendo 232 deles (67% do total) foi com escorpiões do gênero Tityus spp ou escorpiões não determinados.
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A maior parte dos casos ocorreram nos meses mais quentes do ano, entre outubro e fevereiro, com uma queda nos registros entre os meses de março e setembro. O mês com maior número de atendimentos, se aproximando dos 50 casos, foi dezembro.
Em 2022, houve um aumento de 25,5% nos registros de acidentes por Tityus spp em comparação com 2021, quando foram registrados 184 casos. A grande maioria (99,6%) dos casos foi considerada leve, com somente 0,4% tendo gravidade moderada, sem registro de casos graves ou fatais.
O levantamento mostra que 108 acidentes (46,8%) foram entre o público feminino, enquanto que 123 (53,2%) ocorreram no público masculino.
Os casos se concentram na faixa etária de 20 a 29 anos (19%) e de 30 a 39 anos (19%), seguido de 40 a 49 anos (17%). Há casos em diferentes regiões do Estado, com uma concentração maior na Serra catarinense e Meio Oeste, além de registros no Oeste, Planalto Norte, Litoral Norte e Grande Florianópolis.
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Crescem os acidentes com escorpiões no Brasil
No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde , foram ao menos 202.324 notificações de acidentes com escorpiões em 2023. O número teve um crescimento de mais de 20 mil casos em comparação com o ano anterior. Essa é também a primeira vez que o número total ultrapassa os 200 mil.
O número de mortes em decorrência de picadas de escorpião também cresceu, indo de 92 em 2022 para 134 no ano passado. Com isso, os óbitos até ultrapassaram os por picadas de serpente, que somaram 133 no último ano.
O Sudeste registrou o maior número de casos no país, com 93.369 acidentes com escorpiões, seguido do Nordeste, com 77.539; o Centro-Oeste, com 16.759; o Sul, com 7.573; e o Norte, com 7.084.
O levantamento ainda mostra que 65,92% das notificações foram feitas em zonas urbanas; 30,43%, em áreas rurais; e 0,53%, em zonas periurbanas, enquanto em 3,12% dos casos a informação foi ignorada ou não foi registrada.
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O pé aparece em primeiro lugar (22,56%) entre os lugares que mais registram picadas. Depois, estão dedos da mão (22,28%), mão (18,32%), dedos do pé (9,38%), perna (5,63%), tronco (5,38%), braço (4,57%), coxa (3,92%), cabeça (2,64%) e antebraço (2,47%). Em 2,85% dos casos, o local da picada não foi registrado.
O acidente escorpiônico ocorre com o quadro clínico de envenenamento provocado quando um escorpião injeta sua peçonha através do ferrão. A incidência do aracnídeo é maior em zonas tropicais e nos períodos em que há aumento de temperatura e de umidade.
*Com informações da Agência Brasil
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