Santa Catarina se mantém com a menor taxa de desemprego do país e com o menor percentual de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado. É o que aponta a pesquisa PNAD Contínua, divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE, com resultados do terceiro trimestre de 2018.
Continua depois da publicidade
O Estado teve 6,2% dos trabalhadores desocupados entre os últimos meses de julho e setembro, enquanto a média nacional foi de 11,9%. No mesmo período do ano passado, o percentual de desocupados catarinenses era de 6,5%, o que representa uma ligeira melhora no intervalo mais recente. As piores taxas foram observadas no Amapá (18,3%), Sergipe (17,5%) e Alagoas (17,1%).
O IBGE considera ocupadas as pessoas com 14 anos ou mais que exerceram ao menos uma hora de atividade remunerada na semana anterior à da entrevista dos pesquisadores. Desocupados são aqueles que fazem parte da força de trabalho e estão efetivamente à procura de serviço.
A taxa de subutilização da força de trabalho (que agrega desocupados, subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial) também é a menor do país em Santa Catarina: o Estado tem 11,2% dos trabalhadores nesta condição, enquanto a média nacional foi de 24,2%, uma realidade para 27,32 milhões de pessoas.
Segundo o IBGE, o percentual de pessoas desalentadas (em relação à população na força de trabalho ou desalentada), no terceiro trimestre de 2018, foi de 4,3%, estável em relação ao trimestre anterior (4,4%, a maior taxa da série histórica). Entre as unidades da federação, Maranhão (16,6%) e Alagoas (16,0%) tinham as maiores taxas de desalento, já Santa Catarina (0,8%) foi a menor.
Continua depois da publicidade
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
Em relação aos trabalhadores com carteira assinada no setor privado, SC também aparece com o melhor indicador da pesquisa. A proporção de profissionais registrados é de 88,4% no mercado de trabalho catarinense, enquanto o percentual nacional é de 74,1%. Nesse quesito, os piores indicadores são do Maranhão (51,1%), Piauí (54,1%) e da Paraíba (54,9%), onde pouco mais da metade dos trabalhadores são registrados.
No terceiro trimestre de 2018, o número de empregados no setor privado sem carteira assinada cresceu 4,7% em relação ao trimestre anterior, uma alta de 522 mil pessoas. Frente ao terceiro trimestre de 2017, esse aumento foi de 5,5% (601 mil pessoas). Entre as UFs, as maiores proporções foram no Maranhão (48,9%), Piauí (45,9%) e Paraíba (45,1%), e as menores em Santa Catarina (11,6%), Rio Grande do Sul (17,2%) e São Paulo (18,9%).
Avaliação positiva de entidades
Para o gerente de inteligência competitiva da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Sidnei Manoel Rodrigues, o desempenho do Estado é positivo e resulta de uma combinação de dois fatores.
Continua depois da publicidade
– Temos uma taxa de geração de empregos muito superior à média brasileira nos últimos 10 anos, a indústria tem sido o grande motor desse movimento. A geração de empregos somada ao fato de que temos a economia mais formal do Brasil justifica estarmos com a menor taxa de desocupação – analisa.
Entre os trabalhadores com carteira assinada no setor privado, o comércio responde por 625 mil dos 1,7 milhões de profissionais. No trimestre anterior, o setor concentrava 625 mil trabalhadores. Na avaliação do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviço e Turismo de SC (Fecomércio), Bruno Breithaupt, os resultados são consequência da diversificação econômica do Estado, que permite maior mobilidade do emprego e investimentos entre setores.
– A economia catarinense é robusta estruturalmente, mas ainda não se recuperou por completo da crise de 2015-2016 – pondera.
Mulheres têm menor nível de ocupação
As mulheres são maioria na população em idade de trabalhar no Brasil, mas os homens predominam entre a ocupada. O nível da ocupação dos homens foi de 64,3% e o das mulheres de 45,4% no terceiro trimestre de 2018.
Continua depois da publicidade
O comportamento diferenciado deste indicador entre os sexos foi verificado nas cinco grandes regiões, com destaque para a Norte, onde a diferença entre homens e mulheres foi a maior (22,5 pontos percentuais), e para o Sudeste, com a menor diferença (18,2%).
Já na população desocupada, as mulheres eram maioria (51,1%). Em quase todas as regiões, o percentual de mulheres na população desocupada era superior ao de homens. A exceção foi a região Nordeste (47,7%).