Santa Catarina vive um novo momento em relação a pandemia da Covid-19. Em quase dois anos, o Estado convive mais uma vez com uma explosão de casos ativos da doença. Só nesta sexta-feira (21), de acordo com o Painel do Coronavírus, são 64.821 catarinenses que ainda podem transmitir o vírus. Em contrapartida, as taxas de internações permanecem estáveis, algo que especialistas atribuem à vacinação.
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Atualmente, de acordo com o Painel do Coronavírus, a taxa de ocupação geral dos leitos de UTI SUS está em 75,09%. A última vez que o Estado apresentou esse índice foi em 2 de agosto de 2021, quando a ocupação estava em 75,10%.
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Porém, o cenário da pandemia na época era diferente. No mesmo dia, Santa Catarina contava com 11.829 ativos, ou seja, apenas 18,24% do total de casos ativos atual no Estado.
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Para o infectologista Ricardo Freitas, a “estabilidade” nas internações mesmo com aumento na transmissibilidade está relacionada com dois motivos: a vacinação e o perfil da variante Ômicron.
— Eu diria que estavamos vivendo uma outra pandemia. No começo de 2020, por exemplo, nós enfrentamos um vírus com uma transmissibilidade não tão alta, mas com um poder de letalidade grande, principalmente nos grupos prioritários. Já essa variante é completamente diferente. É um vírus mais tênue, com uma transmissibilidade alta e uma letalidade baixa. Mas claro que também teve o impacto da vacinação que possivelmente mexeu com a mortalidade — cita.
A baixa mortalidade também é refletida nos números. Em 22 de março de 2021, quando Santa Catarina registrou 159 mortes para a Covid-19 – maior quantidade de vítimas durante a pandemia em um só dia – o número de casos ativos no Estado era de 31.928.
Se levar em conta apenas a ocupação dos leitos de UTI destinados para tratamento da Covid, a região da Foz do Rio Itajaí é a que tem a maior taxa, com 70,45%, seguido da Grande Florianópolis, com 66,25%, e do Grande Oeste, com 56,67%.
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Já o Vale do Itajaí possui a menor taxa, com 26,61% de ocupação.
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Estabilidade nos casos ativos deve ocorrer em março, projeta especialista
Nos últimos dias, Santa Catarina tem registrado recordes negativos em relação a transmissibilidade da Covid-19. Um exemplo é que nesta sexta-feira, pela quarta vez seguida, o Estado registrou um novo pico de casos ativos (64.821), um crescimento de 4.343 em relação a quinta-feira (20), quando eram 60.478.
O principal motivo para o crescimento no número de infectados é a variante Ômicron. Por isso, o infectologista Ricardo Freitas, projeta que esse aumento deve continuar nos próximos 15 dias para que, dessa forma, a curva volte a cair.
— Se for como aconteceu fora do Brasil, essa explosão deve durar uns 60 dias, considerando 30 de alta e 30 de queda. Por isso, acredito que tenhamos mais uns 10 a 15 dias de ascenção e, depois, em fevereiro, uma queda, até que a gente chegue a um novo patamar confortável ali em março — explica.
Ao todo, 288 municípios tem casos ativos da Covid-19, de acordo com o Painel do Coronavírus. A maioria deles está concentrada em Florianópolis, onde são 11.131. Depois vêm Joinville, com 5.955, e Chapecó, com 3.495.
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Nesta sexta-feira, o Estado também confirmou mais 19 mortes pela Covid-19. Agora, são 20.338 vítimas desde o início da pandemia. Em relação aos casos confirmados, são 1.349.546.
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