Depois do que foi um dos piores anos em casos de dengue em Santa Catarina, a situação se estabilizou, conforme dados do boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive), divulgado nesta sexta-feira (23). No entanto, com a chegada da primavera e a tendência de aumento nas temperaturas, a situação é de atenção. Segundo o diretor da Dive, João Fuck, este é momento de impedir que a situação de 2022 se repita no próximo ano.

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Em 5 de agosto, Santa Catarina atingiu a marca de 90 mortes por dengue em 2022, número 12 vezes maior do que os sete óbitos registrados pela doença no Estado em 2021. Desde então, o número de óbitos não aumentou. Em julho, 77,62% do Estado chegou a ter focos do mosquito Aedes aegypti que, entre outras doenças, causa a dengue. Hoje, essa porcentagem é de 74%. Os dados mostram então estabilidade que, segundo o diretor, foi provocada, entre outros motivos, pelo próprio modo do mosquito atuar. 

— Tem algumas explicações: uma delas é a própria característica da doença, acontece uma explosão no número de casos e aí você começa a ver uma redução. Tem um pico de transmissão e depois uma redução — explica.

Outro ponto são as condições climáticas que dificultam a reprodução do mosquito. O diretor explica o mosquito precisa de, em média, temperatura de 28°C – condição considerava favorável – para incubar os ovos em sete dias. Com o inverno e a queda nas temperaturas máximas, esse período se estendeu para até 15 dias, e isso diminuiu a transmissão da doença.

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Porém, Fuck alerta que a primavera deve ser o início de um período de aumento das temperaturas e de chuva, que formam as condições ideais para a a fecundação dos ovos do mosquito. 

— A tendência é que voltando a essa condição climática você volta a ter vetores e isso é uma preocupação, um alerta para os próximos meses: os ovos permanecem no ambiente e resistem pelo período de um ano, mesmo sem água. Então quando chove, se a água fica parada, ele volta para o período de incubação — explica o diretor.

Segundo ele, esse período de redução é o momento de prevenir que a situação se agrave nos prócimos meses. Para isso, é necessário limpar, esfregando recipientes – mesmo que secos – que possam ter ovos do mosquito e eliminar focos de água parada. 

— É o momento de agir. A gente precisa reforçar as ações agora, pra gente não ver acontecendo ano que vem novamente o que a gente viu acontecendo em 2022 — reforça.

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Vídeo explica epidemia de dengue em SC