As candidaturas eleitorais de Santa Catarina em 2022 gastaram 48% a mais do que nas eleições gerais anteriores. Os concorrentes no Estado aos cargos de governador, senador e deputado contrataram juntos cerca de R$ 196,8 milhões em despesas neste ano, conforme levantou o NSC Total nesta terça-feira (22), três dias após ter sido encerrado o prazo para a prestação de contas do segundo turno.
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Em números exatos, foram contratados R$ 196.898.567,20. Em 2018, isso havia ficado em R$ 105.527.085,00 em valores nominais — se corrigido pela inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de outubro daquele ano ao mês passado, seria o equivalente hoje a R$ 133.090.020,91.
Só a disputa para o cargo de governador, vencida por Jorginho Mello (PL), ficou agora 68% mais cara. Foi de R$ 22.043.324,88 (ou R$ 17.478.153,53 em valores nominais) para R$ 37.119.041,31 em despesas.
O governador eleito precisou gastar desta vez R$ 12.521.595,36 na campanha, valor mais de 14 vezes maior do que o que havia sido necessário para eleger Carlos Moisés (Republicanos) no pleito anterior, de R$ 859.186,63 em números já corrigidos pela inflação (R$ 681.249,13 em valores nominais).
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O aumento dos gastos acompanhou a ampliação do número de candidaturas em Santa Catarina: na disputa anterior, foram 718 deferidas; no pleito de 2022, isso chegou a 901, volume 25% maior.
O impulso determinante, no entanto, veio do salto das verbas públicas repassadas para os candidatos, agora 68% maior. Em 2018, o dinheiro somado pelos fundos especial e partidário, as principais fontes de receita para as campanhas eleitorais, foi de R$ 94.830.479,47 em valores corrigidos (R$ 75.191.092,46 à época). Agora, isso chegou apenas em Santa Catarina a R$ 159.949.576,79.
A participação pública no financiamento das campanhas também cresceu. Nas eleições anteriores, a verba dos fundos representou 67% das receitas totais levantadas pelos candidatos (de R$ 140.586.777,77 em valores corrigidos). Já em 2022, ela significou 77% do total (R$ 206.340.263,53).
Além do dinheiro público, os candidatos também puderam fazer uso nas campanhas de outras fontes de receitas, como doações de apoiadores, aporte próprios e financiamentos coletivos, que caíram em 2022.
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Para quem encerrou a disputa ainda no primeiro turno, a data final para prestar contas foi 1º de novembro. Agora, o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) tem ainda até o próximo dia 15 de dezembro para julgar as declarações de gastos e receitas dadas pelos nomes eleitos.
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