Ao menos 41 municípios de Santa Catarina apresentam alto risco de transmissão de dengue. É o que diz o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) feito em março pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). Mais de 4,7 mil casos da doença já foram confirmados pelo Estado.

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De acordo com a diretoria, o objetivo do estudo é entender o cenário de transmissão da doença. Para isso, são feitas visitas em um determinado número de imóveis do munícipio, onde larvas são coletadas para definir o Índice de Infestação Predial (IIP).

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Dos 143 municípios orientados a participar do levantamento, 138 realizaram a pesquisa, que é feita duas vezes ao ano, em março e em novembro, nas cidades consideradas infestadas pelo mosquito. Palhoça — onde o cenário mostra um alto índice de infestação do mosquito — Biguaçu, Luzerna, Santo Amaro da Imperatriz e São João Batista ficaram de fora desta etapa.

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Dos municípios em alto risco, 11 estão na região Oeste, nove no Extremo-Oeste, seis na Foz do Rio Itajaí, seis em Xanxerê, quatro no Alto Uruguai Catarinense, dois no Médio Vale do Itajaí e um na Grande Florianópolis, Extremo Sul e Nordeste.

O estudo também aponta que das 41 cidades, 21 registraram casos autóctones de dengue em 2023.

O boletim traz, ainda, que 53 municípios apresentaram médio risco — um aumento de 60% em relação ao ano passado, quando eram 33 nesta condição. Já 44 foram considerados de baixo risco.

— Entretanto, temos que salientar que este ano os municípios com o risco alto de transmissão de dengue possuem maior densidade populacional e isso sugere um aumento no número de casos em 2023 — alerta o diretor a Dive/SC, João Augusto Brancher Fuck.

O LIRAa, além de apresentar o risco de transmissão das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, também fornece informações sobre a quantidade e o tipo de recipientes inspecionados. Ou seja, locais com água parada e que podem servir como criadouros para reprodução do mosquito. No levantamento, foram inspecionados 126.003 depósitos, um aumento de 25,2% em relação a março de 2022, quando foram 100.679.

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— Esses dados auxiliam os municípios a discutir e direcionar ações para áreas apontadas como críticas, além de avaliar as atividades desenvolvidas, o que possibilita a otimização de recursos humanos e materiais disponíveis — explica João.

A maioria dos objetos averiguados era recipientes móveis, como pratinhos de plantas e baldes. O número representa 36,8% do total. Em seguida vêm lixo e sucata (29,2%) e os recipientes fixos, como calhas e piscinas (15,9%).

Mais de 4,7 mil casos confirmados

Conforme o último boletim epidemiológico, divulgado em 29 de março, 4.769 casos de dengue foram confirmados no Estado. Em Palhoça, na Grande Florianópolis, e em Saudades, no Oeste, a situação é considerada epidemia, que ocorre quando a taxa de incidência ultrapassa 300 casos por 100 mil habitantes.

Também foram confirmados quatro óbitos pela doença: dois em Palhoça, um em Florianópolis e um em Joinville. Em relação aos focos do mosquito, são mais de 25 mil em 215 municípios.

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Entre os sintomas da dengue estão febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Náuseas e vômitos também estão na lista. Em caso de qualquer sinal, a orientação é procurar atendimento.

Dicas de como manter o mosquito longe de casa

  • Caixas de água vedadas
  • Calhas totalmente limpas
  • Galões, toneis, poços, tambores bem fechados
  • Pneus sem água e em lugares cobertos
  • Garrafas vazias e baldes com boca para baixo
  • Ralos limpos e com tela
  • Ar-condicionado com bandeja limpa e sem água
  • Pratos de vasos de planta com areia até a borda
  • Bromélias e outras plantas sem acúmulo de água
  • Vasos sanitários sem uso sempre fechados
  • Lonas de coberturas bem esticadas para evitar poças de água
  • Piscina deve ter a água tratada com cloro e estar coberta
  • Verifique e faça a troca de água de fontes

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