Santa Catarina já soma 81.676 casos de dengue em 2022, segundo boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), divulgado na sexta-feira (26). Por dia, o Estado teve, em média, 347 pessoas diagnosticadas com a doença neste ano.

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Segundo a Dive, o número de mortes por dengue subiu para 90 entre janeiro e agosto. Além disso, focos do vírus são registrados em ao menos 230 municípios. No ano passado, esse número foi de 219, de janeiro a agosto, quando sete pessoas morreram por causa da doença no Estado.

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A cidade com maior número de casos confirmados neste ano é Joinville, onde 20.480 pessoas já contraíram a doença. Em seguida estão Blumenau (10.246) e Chapecó (6.769). Entre os 275 municípios catarinenses, 73 são considerados em situação de epidemia da doença. 

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O que dizem os especialistas

De acordo com o diretor da Dive/SC, João Fuck, Santa Catarina já se preparava para alta no número de casos após registros de grandes mudanças climáticas nos últimos anos e um acompanhamento deste crescimento de casos.

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 — A gente tem acompanhando que nosso perfil entomológico e epidemiológico da dengue vem se modificando. Há cada vez mais registros da doença em mais municípios, o que significa que agora os mosquitos não vêm mais de fora, mas já estão aqui no Estado — explica.

Entre os vários motivos para que esse aumento seja significativo, segundo o diretor do órgão, está as mudanças climáticas, que tem se apresentado de forma intensa em Santa Catarina. 

— Não estamos tendo invernos tão marcados e temos mosquitos durante todo o ano, então é necessário fazer ações efetivas para que isso seja controlado e diminua a possibilidade de epidemia, apesar de o risco da situação existir. Temos as equipes identificando os focos, estamos executando atividades de transmissão e aplicando inseticida, além de buscar fazer ações educativas em escolas e visitas em imóveis — diz.

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De acordo com a bióloga Tharine Dal-Cim, da Dive/SC, a doença está em desaceleração e deve sofrer retração até o fim do inverno. Este ano, a dengue quebrou recordes de uma série histórica em Santa Catarina.

Apesar da tendência em diminuir os casos, a profissional alerta para os cuidados necessários da doença ainda que os números venham a diminuir.

— Mesmo se não tiver mosquito voando, tem que ter cuidado com os ovos que podem estar no ambiente. Se as condições forem favoráveis, os ovos podem eclodir e mais mosquitos adultos vão surgir e podem transmitir a dengue — diz.

Sinais e sintomas

  • Febre alta (39° a 40°C) de início abrupto, com duração de dois a sete dias
  • Dor de cabeça, no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos
  • Fraqueza
  • Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas
  • Perda de apetite, náuseas e vômitos

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Transmissão

  • O mosquito Aedes aegypti pode transmitir três doenças: dengue, zika vírus e chikungunya. A melhor estratégia de prevenção dessas doenças é a eliminação de locais que possam acumular água
  • A fêmea deposita até 100 ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água. Ela escolhe mais de um local para realizar cada postura, o que garante maior sucesso reprodutivo, ou seja, podem nascer insetos de vários recipientes no mesmo ambiente
  • Nesses locais os ovos podem durar até um ano e meio e se desenvolvem rapidamente em contato com a água. O mosquito adulto surge num ciclo de, aproximadamente, sete dias

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