Dados da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, mostram que 45 casos de dengue em indígenas foram confirmados em Santa Catarina em 2024. Já em relação ao número de indígenas com sintomas, o número sobe para 94 casos.
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Segundo o Ministério da Saúde, a maior parte dos casos está na aldeia Xapecó, em Ipuaçu, no Oeste do Estado, onde são 42 confirmados. Entre Rios e Chapecó, também no Oeste, registraram um caso cada, e Araquari, no Norte catarinense, soma outro caso.
Na casa de Quezia Inácio, na aldeia Xapecó, a maior de Santa Catarina, todos contraíram dengue.
— Meu esposo ficou doente. Eu fiquei doente. A gente foi consultar e fazer o teste e a gente estava com dengue. Acredito que o foco do mosquito estava aqui. Parece que é uma coisa que nunca vai chegar e, quando a gente vê, chegou — conta.
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A consciência ambiental e sanitária, além da prevenção, são estratégias efetivas de combate a dengue. Em Chapecó, a aldeia Toldo Chimbangue recebe a cada 15 dias coleta de resíduos.
— Uma das ações que podemos destacar é o projeto recicla Condá, desenvolvido em 2022, na aldeia Condá, onde a própria comunidade faz a coleta com o tratorito. Estamos buscando regularizar esse serviço junto com a aldeia Toldo Chimbangue — explica Graciela Heckler, agente de saneamento de Chapecó.
Dengue em Santa Catarina
Santa Catarina chegou a 101 mortes confirmadas por dengue em 2024. Com isso, pela primeira vez na história, teve mais de 100 óbitos pela doença em um único ano. Em 2023, foram 98 mortes em 12 meses.
Além dos óbitos, o Estado tem 62.149 casos confirmados e 169.994 casos prováveis de dengue. Os dados foram atualizados nesta segunda-feira (22), no painel de monitoramento da Secretaria do Estado de Saúde (SES).
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De acordo com o diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), João Fuck, dados das últimas semanas mostram que Santa Catarina começa a entrar numa estabilidade na transmissão. Contudo, o diretor alerta para que a população não deixe de se prevenir contra o mosquito.
— Passamos por um período chuvoso nos últimos dias, especialmente região da Grande Florianópolis, o que pode contribuir para que a gente tenha locais acumulando água. Esses locais podem ser criadouros do mosquito Aedes aegypti, então é fundamental manter os cuidados e eliminar os locais com água parada.
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