Santa Catarina divulgou, nesta sexta-feira (4), novas estratégias para avançar na imunização contra a Covid-19 no Estado. A principal meta é aumentar a cobertura da dose de reforço em idosos. 

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Atualmente, 1.352.794 pessoas completaram o ciclo vacinal com as duas doses e a dose de reforço no Estado. Só entre aqueles com 60 anos ou mais, cerca de 500 mil não voltaram para receber a dose de reforço. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa, realizada nesta sexta, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).

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Para frear mortes e casos graves da doença em idosos, o Estado vai sugerir a vacinação em domicílio aos municípios, principalmente para aquelas pessoas que não têm condições de se locomover até um ponto de vacinação. A prática, de acordo com a SES, já é adotada em algumas cidades. A imunização deste público é o objetivo principal do governo estadual no momento. 

Segundo o secretário da Saúde de SC, André Motta Ribeiro, a falta da dose de reforço desta faixa etária tem refletido nas internações. Atualmente, o perfil nas UTIs do Estado e de pessoas com 60 anos ou mais, sem a dose de reforço ou com apenas a primeira dose contra a Covid. 

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– Se não tivéssemos as vacinas, as hospitalizações seriam 30 vezes maior e as mortes 40 vezes (…). Precisamos primeiro completar a dose de reforço, isso porque a Ômicron não será a última variante que vai causar preocupação – enfatizou o superintendente de Vigilância Epidemiológica da Dive-SC, Eduardo Macário.

Além disso, de acordo com o superintendente, nas próximas semanas o Estado também deve receber novos lotes de doses da Astrazeneca e da Jansen, a fim de ampliar ainda mais a dose de reforço na população. 

Outro grupo que ainda preocupa Santa Catarina é o das crianças em idade escolar. A imunização da faixa etária entre 5 e 11 anos acontece, ainda, de forma lenta, conforme informou o superintendente da Vigilância Epidemiológica. 

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Apesar disso, o calendário escolar de aulas presenciais está mantido para 2022. Na rede estadual, os estudantes retornam já na próxima segunda-feira (7). Segundo o secretário de Saúde, o setor da educação foi o mais discutido em relação aos protocolos seguros e todas as pessoas que adentrarem à escola, devem estar usando máscaras.

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– A falta de vacinação em crianças acontece, principalmente, por uma disseminação de fake news e falta de confiança dos pais em relação a Covid – explicou Motta Ribeiro. 

Para tentar aumentar os índices, uma das medidas que devem ser adotada nos próximos dias é a criação de uma campanha de vacinação das crianças, inclusive com a ampliação do horário de atendimento nas unidades de saúde. O secretário reforça, ainda, que não há falta de vacinas pediátricas. 

Falha no sistema

Sobre a falha no sistema de controle de imunização do Estado, o superintendente da Dive diz que cerca de 1 milhão de dados não constam cadastrados. Isso acontece desde dezembro, quando o sistema do Ministério de Saúde foi atacado por hackers e que esse mesmo episódio tem dificultado o trabalho das prefeituras em cadastrar as informações. 

UTIS e leitos

A taxa de ocupação de leitos de UTI em Santa Catarina está em torno de 40%, segundo a SES. Caso esses números venham a aumentar, o Estado prevê diminuir o número de cirurgias eletivas para liberar espaços e não lotar unidades de saúde. 

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O objetivo principal, atualmente, é aumentar o número de pessoas com dose de reforço para que a ocupação dos hospitais diminua. Já nas cidades onde o sistema já está sobrecarregado, o secretário de Estado de Saúde garante que já há equipamentos disponíveis para a abertura de novas unidades, caso seja necessário. 

Acesso à testagem e autotestes

Santa Catarina ainda não tem previsão para liberar o uso de autotestes da Covid-19. Segundo o Estado, há uma dificuldade do Ministério da Saúde em distribuir o exame e o governo catarinense aguarda decisão da pasta. 

Novos 300 mil testes de antígenos vão chegar no Estado na próxima semana, o que deve auxiliar no controle da pandemia, conforme informou a Secretaria de Saúde durante a coletiva. A SES garante que os testes são suficientes para atender a demanda. 

– Vai ajudar muito (…). Modificamos os critérios de isolamento, tanto de casos de quarentena, quanto os contatos de casos – explicou.

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Apesar disso, ainda não é momento de subestimar a pandemia, segundo Eduardo Macário, superintendente da Dive.

– Não menosprezem a variante Ômicron achando que ela é mais leve. Pelo contrário, é preciso muita preocupação, até para preservar as pessoas mais vulneráveis- disse.

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