Santa Catarina se prepara para concessionar mais 400 quilômetros de rodovias federais que passam pelo Estado. Um trecho, que compreende as BRs 153, 282 e 480, no Oeste, está em fase avaliação de viabilidade e o Ministério dos Transportes pode chamar empresas para estudar a BR-101 ainda neste ano, o que sacia uma antiga reivindicação dos setores ligados ao transporte e à indústria.
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Atualmente o Estado tem cerca de 600 quilômetros concedidos para a iniciativa privada na BR-101 (trecho Norte) e na BR-116.
Além da dificuldade do poder de garantir recursos para conservação das rodovias, um fator colocou força na privatização do percurso por onde passa a Ponte Anita Garibaldi, em Laguna: os desencontros sobre quem vai pagar a conta da luz da estrutura, prevista para ser inaugurada em julho.
O prefeito de Laguna, Everaldo dos Santos, garante que o gasto mensal de R$ 10 mil prejudicaria as finanças do município.
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– Em reunião com o ministro dos Transportes (Antônio Carlos Rodrigues) me foi dito que se trabalha com a concessão do trecho Sul da BR-101 para a iniciativa privada. Isso seria bom porque o município não tem condições de pagar.

A solução para o impasse pode estar no estudo realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) em 2014 aconselhando a concessão da BR-101 Sul. O documento foi entregue ao governo federal. No entanto, a assessoria de imprensa do Ministério dos Transportes informou que “não há estudo em elaboração no momento”.
Outra opção na Ponte de Laguna seria a utilização de geradores em tempo integral até a privatização. Mas o processo de concessão de uma rodovia pode demorar mais de um ano.
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Licitação vai definir consórcio que cuidará da rodovia por 30 anos
Se no Sul a concessão ainda não avançou, o processo no Oeste já está em fase adiantada. O trecho a ser concedido compreende 493 quilômetros das BRs 476 (no Paraná), 153, 282 e 480. A iniciativa faz parte do Programa de Investimentos Logísticos do Governo Federal, que prevê parceria entre o setor público e privado para a manutenção e ampliação de rodovias.
Por meio de licitação pública será definido o consórcio responsável pela conservação e também pela cobrança de pedágio. A concessão é para 30 anos.
De acordo com Pedro Lopes, presidente da Federação das Empresas de Transporte e Logística do Estado (Fetrancesc), a expectativa é de duplicação das rodovias, já que os estudos preveem a obra. No entanto, ele está preocupado com o possível valor do pedágio para viabilizar essas obras.
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– Tem que ser algo no padrão do que já temos em Santa Catarina para não elevar muito os custos – argumentou.
A J. Malucelli Construtora de Obras S. A. foi selecionada pelo Ministério dos Transportes para fornecer os estudos de viabilidade que poderão ser utilizados na licitação. A assessoria de imprensa da empresa comunicou que não pode fornecer detalhes do estudo da concessão.