O número de mortes pelo novo coronavírus pode chegar perto de 3 mil nos próximos 20 dias em Santa Catarina. A projeção foi apresentada pelo secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, nesta segunda-feira (3), em audiência pública da comissão especial da Assembleia Legislativa (Alesc) que acompanha os gastos do governo do Estado durante a pandemia da Covid-19.
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O cálculo considera o pior dos três cenários projetados pelo Estado para o mês de agosto. Segundo o secretário, isso ocorreria “se nada for feito ou se nossas ações não forem efetivas”. Nesse caso, SC chegaria ao dia 23 de agosto com 2,8 mil mortes por covid-19, mais do que o dobro que o número atual, que é de 1.196. O Estado precisou de mais de quatro meses de pandemia para chegar à marca de 1 mil óbitos pela doença.
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O cenário mais suave prevê que o Estado chegue ao dia 23 de agosto com 1,9 mil óbitos por covid-19. Um dos principais problemas seria a taxa de isolamento social do Estado, que ainda está aquém do que o Estado considera ideal para combater o contágio da covid-19.
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– O gráfico nos mostra o índice de isolamento entre 30% e 40%, e em tese há uma relação direta entre o índice de isolamento social e o impacto de óbitos dentro do Estado – afirmou o secretário.
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Estado destaca abertura de 180 leitos de U
A audiência desta segunda buscou discutir os gastos do governo no combate à pandemia do novo coronavírus e as ações tomadas pelo governo do Estado. Durante o discurso de abertura e em respostas dadas a prefeitos e deputados estaduais, o secretário Motta Ribeiro destacou medidas adotadas pelo governo para tentar frear o avanço da doença e oferecer atendimento aos casos mais graves.
Uma das principais ações é a estruturação de cerca de 180 novos leitos de UTI em hospitais de todo o Estado. Atualmente, a taxa de ocupação de vagas de terapia intensiva em Santa Catarina é de 82,49%. Desde o início da pandemia o Estado criou 580 leitos no Estado.
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O secretário também anunciou a entrega de 557 equipamentos como respiradores e monitores multiparâmetros para estruturação da rede hospitalar.
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Durante a audiência prefeitos também relataram dificuldades de compra de insumos, que segundo o Estado se devem a uma desregulação do mercado como um todo no momento atual. O prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, também destacou a redução na ocupação de leitos que a região Sul enfrentou após nove dias de medidas de restrição mais severas, e cobrou que o Estado adote essas ações em áreas de risco gravíssimo.
– Quando uma região entra em situação gravíssima, se os municípios não adotarem medidas, entendo que governo do Estado precisa ter um protocolo e fazer isso acontecer – pressionou.
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Estado já empenhou R$ 335 milhões em ações contra a Covid-19
A audiência pública também serviu para apresentar números das despesas assumidas pelo Estado para implantar as ações de combate à covid-19. Desde o início da pandemia Santa Catarina já empenhou R$ 335 milhões para ações relacionadas à doença. Desse número, R$ 229,7 já foram liquidados – quando o serviço já foi efetivamente prestado. Os números são atualizados até 31 de julho.
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O Estado também informou já ter recebido R$ 232,4 milhões de recursos externos. Desse valor, a principal parte veio do governo federal – R$ 177,1 milhões. Um total de R$ 139 já foram comprometidos com despesas já executadas ou empenhadas, e outros R$ 38,1 milhões restam de saldo a ser usado pelo governo. Outras doações como as recebidas da Alesc, do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC) e do Tribunal de Justiça de SC (TJ-SC) também entram nessa conta.
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O secretário de Estado da Fazenda, Paulo Eli, disse que o Estado faz um planejamento de reserva para custear ações contra o coronavírus pelos próximos 12 meses.
– O equilíbrio entre saúde e economia que o governo está fazendo em Santa Catarina está fazendo com que não faltem recursos para o combate ao coronavírus – assegurou.
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