Além de manter o incentivo ao plantio de milho, com subsídios de R$ 18,6 milhões, anunciados recentemente pelo secretário da agricultura, Ricardo de Gouvêa, e a vice-governadora Daniela Reinehr, em Pinhalzinho, Santa Catarina vai incentivar também o plantio de cereais de inverno.

Continua depois da publicidade

De acordo com o secretário-adjunto da Agricultura, Ricardo Miotto, há um estudo em conjunto com a secretaria da Fazenda para ver formas de subsidiar também o plantio de culturas como trigo, cevada e triticale. A intenção é fazer o lançamento no próximo dia 13 de fevereiro, no Fórum Mais Milho, em Mafra.

Os recursos seria destinados dentro do programa Terra Boa, que terá R$ 53,5 milhões em 2020, 14% a mais do que os R$ 47 milhões do ano passado. Destes recursos, R$ 18,6 milhões já foram destinados para a aquisição de 200 mil sacas de sementes de milho, que devem beneficiar cerca de 50 mil agricultores.

O secretário-adjunto disse que esse recurso ajuda a subsidiar de R$ 40 a R$ 110 por saca de semente, além de converter o valor em sacas de milho, de quatro a 25 sacas por saca de semente, para ser pago na safra.

Continua depois da publicidade

A intenção é amenizar o déficit do cereal em Santa Catarina, que neste ano deve passar de quatro milhões de toneladas. É que além de perder espaço para a soja o milho deve ter uma quebra de 7,7%, baixando de 2,7 milhões de toneladas para 2,5 milhões de toneladas.

Miotto disse que, se não fosse o programa, provavelmente esse déficit seria ainda maior. Ele afirmou que o subsídio é compensado pelos benefícios tributários de não trazer mais milho de outros estados além de beneficiar a cadeia das carnes. O agronegócio representa quase 70% das exportações de SC.

O incentivo ao plantio de cereais de inverno também tem como objetivo amenizar o déficit de milho.

– Nós já tivemos mais de 100 mil hectares de trigo cultivados em SC e agora fica próximo de 50 mil hectares. A intenção é passarmos novamente dos 100 mil hectares em cinco a seis anos. Também vamos incentivar o triticale e a cevada cervejeira, que tem maior valor de mercado mas é de difícil cultivo. Só que, em caso dela não servir para a indústria cervejeira, pode também ir para ração. As agroindústrias e cooperativas são parceiras no projeto. Com o milho a mais de R$ 50 para a indústria, é uma alternativa que se viabiliza economicamente – disse Miotto.

Outra entidades como a Embrapa também estão participando do projeto para viabilizar o uso de cereais de inverno em ração, como já é feito em alguns países.

Continua depois da publicidade