A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) vai permitir a entrada e venda em Santa Catarina de produtos de origem animal registrados nos serviços de Inspeção municipal e estadual do Rio Grande do Sul. A medida vale por 90 dias e visa auxiliar os produtores gaúchos afetados pelas chuvas a se recuperarem, visto que antes das enchentes estes produtos não podiam ser comercializados fora do Estado gaúcho. As informações são do g1.

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O assunto foi debatido em uma reunião on-line realizada na terça-feira (14), entre os órgãos e entidades de defesa agropecuária do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, além da presença do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A Cidasc enviou uma declaração expressa ao Mapa alinhada a essa autorização, e vai disponibilizar no site oficial uma lista dos estabelecimentos aptos a vender esses produtos, garantindo a segurança e a qualidade alimentar para os consumidores catarinenses.

A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos explica que os produtos são seguros, já que a procedência é controlada pelos órgãos da agricultura. A medida acrescenta ainda que, para o ingresso dos produtos em Santa Catarina, é necessário uma autorização de trânsito emitida pela Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Sul.

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Segundo Celles, a medida deve aliviar significativamente a carga das pequenas empresas, pois os produtos gaúchos de pequenas propriedades da agroindústria familiar poderão ser revendidos em estabelecimentos espalhados por vários estados brasileiros.

Para a gestora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Deinp), da Cidasc, Alexandra Reali Olmos, a iniciativa é um passo importante na busca de soluções flexíveis e eficazes para os desafios colocados pelos cenários de crise no Rio Grande do Sul.

— A colaboração entre os Órgãos de Defesa Agropecuária demonstra o compromisso de atender às necessidades dos produtores e consumidores, mantendo, ao mesmo tempo, a integridade e a segurança dos alimentos vendidos em todo o país.

Impacto das chuvas na agricultura e agroindústria gaúcha

A decisão atende a uma solicitação da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), pedindo pela flexibilização das regulamentações vigentes, para garantir que os produtos de origem animal produzidos no território gaúcho continuem sendo vendidos.

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O documento continha dados do mês de abril da Secretaria de Desenvolvimento Rural que mostravam que o estado possui 1.792 agroindústrias formalizadas, sendo destas, 637 de produtos de origem animal registrados nos Serviços de Inspeção Municipal (SIM) ou Estadual (SIE).

O documento da AGL ainda apontou as perdas que a tragédia climática trouxe para os produtores gaúchos:

  • Cerca de 50% perderam lavouras/pastagens;
  • 100% estão prejudicados com danos logísticos, seja no recebimento de insumos e matéria-prima ou no escoamento da produção;
  • 90% perderam compras de clientes PJ’s e PF’s; 80% deles foram impactados pelo cancelamento ou suspensão das feiras;
  • 40% estimam perder entre 50% a 70% do faturamento entre os meses de maio e julho.

*Sob supervisão de Andréa da Luz

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