Santa Catarina já registrou mais escorpiões encontrados em menos de cinco meses de 2021 do que em todo o ano de 2020. Segundo números divulgados esta semana pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), o Estado já teve 731 animais dessa espécie localizados, enquanto no último ano foram registrados 614.

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Cidades como Itajaí e Joinville já informaram nas últimas semanas ter infestações desses animais peçonhentos. Em Itajaí, segundo os números da Dive-SC, está a maioria dos registros ocorridos no Estado, com 660 casos de escorpiões identificados.

Nas contas do município, esse número já passou de 800 e quase dobrou em relação ao último ano. A Dive informa que essa diferença ocorre porque as cidades têm um prazo para poderem notificar o Estado dos casos registrados, e que isso pode ocorrer posteriormente.

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Na semana passada, a prefeitura de Itajaí informou que o afastamento de servidores por causa da pandemia de Covid-19 prejudicou as visitas de monitoramento e a captura de escorpiões em 2020, e que este ano a regularização dessas atividades ocasionou aumento nos números.

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SC já teve 135 acidentes com escorpiões em 2021

Além do número de vezes em que um animal é encontrado, o Estado também contabiliza os acidentes envolvendo escorpiões, que é quando alguma pessoa é picada por escorpião. Nesse caso, SC já teve 135 registros até o dia 26 de maio. Somente dois necessitaram de soro antiveneno, que costuma ser aplicado apenas em casos de moderados a graves.

Em todo o ano de 2020, foram 339 acidentes com esses animais peçonhentos no Estado. No mesmo período, de janeiro a maio, foram 154 acidentes em SC – um deles tratado com soro.

Apesar do risco que representam, não há registro de óbito por acidentes com escorpiões em SC. Segundo a Dive-SC, a maioria dos acidentes com escorpiões é leve e o quadro local tem início rápido e duração limitada. Os acidentados apresentam dor imediata, vermelhidão e inchaço leve por acúmulo de líquido, além de sudorese.

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A recomendação é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, o que pode permitir uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do caso. Não se deve aplicar nada sobre a ferida, apenas lavar com água e sabão até a ida ao serviço de saúde.

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O escorpião-amarelo

A maioria dos escorpiões encontradas em SC é da espécie Tityus serrulatus, o chamado escorpião-amarelo. Eles são considerados os mais perigosos e responsáveis pelo maior número de acidentes.

O escorpião-amarelo se reproduz por um processo chamado partenogênese, em que só existem fêmeas e todo indivíduo adulto pode se reproduzir sem acasalamento. Essa condição favorece a propagação do animal.

– Além disso, eles se adaptam a qualquer ambiente. Uma vez transportados de um local a outro, instalam-se e proliferam com muita rapidez – explica a médica-veterinária da Dive, Alexandra Schlickmann Pereira.

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Esses animais se aproximam de residências porque há possíveis abrigos, como entulhos e restos de construção, e resíduos de alimentos, que atraem baratas, alimento preferido da espécie.

De acordo com o Manual de Controle de Escorpiões elaborado pelo Ministério da Saúde, após a confirmação de escorpiões-amarelos, a área deve ser monitorada permanentemente, já que não é possível a erradicação desses animais.

Se não for encontrado nenhum escorpião em busca ativa, o nível de infestação é considerado baixo. Mesmo que não se encontrem mais animais nesses locais, por meio de monitoramento pela busca ativa, devem ser mantidas as ações de vigilância como o monitoramento pelo município e a orientação à população caso algum morador relate a presença do animal.

Além do escorpião-amarelo, o Estado também tem registros da presença do Tityus bahiensis, conhecido como escorpião-marrom. Eles também podem exigir cuidados médicos em caso de acidentes, mas não se reproduzem sozinhos.

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Prevenção envolve mudanças no ambiente

As medidas de controle populacional de escorpiões baseiam-se na retirada dos animais e na mudança das condições do ambiente para que fiquem desfavoráveis à proliferação dos animais. Medidas como a retirada de entulhos, limpeza de terrenos e fechamento de frestas e possíveis esconderijos são algumas das medidas que podem ajudar.

As orientações são para manter ralos nas áreas internas e externas com telas, controlar a presença de baratas e outros insetos, vedar frestas nas paredes, janelas, portas e piso, guardar bem alimentos e o lixo, instalar tampas em pontos de luz e caixas de fiação, manter em dia a limpeza de terrenos, quintais e jardins, rebocar paredes e muros, manter depósitos de materiais limpos e organizados.

Para evitar acidentes com esses animais é recomendado afastar berços e camas das paredes, cuidar para que mosquiteiros e roupas de cama não fiquem encostadas no chão e inspecionar calçados antes de usar.

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