Santa Catarina vai seguir o Programa Nacional de Imunização (PNI) e aplicar a segunda dose da Coronavac apenas no grupo já imunizado na primeira etapa. A decisão acontece em meio a debates sobre estocar ou não doses no momento. Em São Paulo, o governo estadual chegou a solicitar ao Ministério da Saúde a permissão para aplicar todas as doses disponíveis do imunizante visando ampliar o número de vacinados. O pedido acabou negado pelo ministério.

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O protocolo do PNI prevê a reserva de 50% dos lotes das vacinas para a aplicação em uma segunda etapa. Santa Catarina recebeu 144 mil doses da Coronavac no dia 18 de janeiro e começou a distribuição aos municípios no dia seguinte. O número não foi suficiente para vacinar o grupo prioritário previsto no Plano Estadual de Vacinação. A estimativa era imunizar 426.678 mil pessoas entre profissionais de saúde, idosos institucionalizados e indígenas.

As cerca de 72 mil doses da vacina da Coronavac, que serão usadas na segunda etapa, estão no almoxarifado central do Estado. Em entrevista à NSC TV na manhã desta sexta-feira (29), o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, disse que a distribuição do segundo lote deve começar na próxima semana. 

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No caso do imunizante promovido pelo Instituto Butantan, o intervalo entre as doses deve ser de 14 dias, segundo o PNI. A previsão difere para a vacina AstraZeneca/Oxford que tem um intervalo maior, de até 120 dias, entre as aplicações.

Santa Catarina também recebeu lotes da AstraZeneca. As 47,5 mil doses da vacina chegaram ao Estado no último domingo (24) e foram totalmente distribuídas aos municípios. A decisão, segundo André Motta, se baseia na garantia do governo federal de que haverá vacinas para uma segunda etapa.

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— A Astrazeneca todas as doses estão distribuídas para uso imediato até porque a segunda dose pode ser aplicada em 12 semanas e há uma garantia do governo federal e da Anvisa que nós teremos esse quantitativo e a segunda dose da Astrazeneca — disse.

Governo de SP pediu para usar todas as doses 

O governo de São Paulo solicitou ao Ministério da Saúde permissão para usar todas as vacinas disponíveis contra a Covid-19 na primeira fase. Em entrevista coletiva na quarta-feira (27), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, defendeu a estratégia justificando que:

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— Não é lógico que haja vacina na prateleira e pessoas morrendo.

A primeira medida solicitada ao governo federal é para a ampliação do intervalo entre as doses da Coronavac para 28 dias e pelo fim da reserva de 50% das doses. 

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A Anvisa e Ministério da Saúde da Saúde contrários a mudança sugerida pelo governo de São Paulo. Segundo a Folha de São Paulo, a agência nacional reforçou a orientação para que a bula seja seguida à risca. Já o Ministério reforçou a orientação para que os municípios “cumpram diretrizes e o país tenha doses suficientes para imunizar com duas doses previstas”. Ainda segundo o ministério, não há evidência científica de que, com a ampliação do intervalo entre doses, a vacina ofereça a proteção necessária para a população.

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