Por determinação do Ministério da Saúde, Santa Catarina irá monitorar os novos casos de microcefalia. A orientação surge após a notificação de 739 casos suspeitos da doença, identificados em 160 municípios de nove Estados, principalmente do Nordeste.

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Em nota, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina informou que “não tem registrado situação atípica de casos de microcefalia”. Em 2015, foram registrados, até o momento, quatro casos. De 2009 a 2015 foram 33 casos de microcefalia no Estado, sendo uma média de cinco por ano.

Saiba o que é e o que causa a microcefalia

Apesar de estar dentro da média e não ter nenhum caso suspeito em investigação, o surto de microcefalia também preocupa SC. João Fuck, coordenador estadual do Programa de Controle da Dengue da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), participa em Brasília de reuniões sobre o surto no país e afirma que estão atentos ao tema:

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— Esse aumento dos casos não preocupa só SC, mas no país todo. Vamos começar um monitoramento constante dos casos.

O coordenador diz que antes os casos constavam apenas na ficha dos nascidos vivos, porém agora irão constar em outra ficha de acompanhamento. Em nota, Eduardo Marques Macário, diretor da Dive/SC, afirmou que “estão elaborando uma nota de alerta para os serviços de saúde com orientações sobre condutas que deverão ser adotadas, no âmbito estadual, em relação a casos suspeitos de microcefalia”.

O Ministério da Saúde estuda a relação do surto de microcefalia com o zika vírus, que é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue e da febre de Chikungunya, o Aedes aegypti. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou que as chances de o vírus estar relacionado com o surto de microcefalia são de 90%. Santa Catarina ainda não registrou nenhum caso de zika vírus, porém o número alto de casos de dengue em Itajaí, os 28 municípios catarinenses considerados infestados pelo mosquito e a proximidade com o verão, época de proliferação do mosquito, geram um estado de alerta:

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Saiba como evitar a proliferação do mosquito

— Não dá para dizer se vamos ter ou não casos de zika, mas o risco é real de que a doença chegue ao Estado — diz o coordenador Fuck.

Assim como no caso da dengue, a principal medida de prevenção continua sendo a eliminação dos criadouros do mosquito.

Lúcio Vieira, responsável pelo programa de combate à dengue da secretaria de Saúde de Itajaí, explica que a cidade, assim como Florianópolis, Chapecó e Joinville, possui uma unidade preparada para a febre do zika vírus, com profissionais capacitados para a identificação e manejo dos pacientes suspeitos da doença.

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Vieira lembra que as condições de Itajaí, com grande fluxo de pessoas provenientes de áreas de transmissão, aumentam o risco de introdução e circulação do vírus. Assim como no caso da dengue, a principal medida de prevenção continua sendo a eliminação dos criadouros do mosquito.