A SC Gás iniciou, na sexta-feira, as tratativas para a renovação contratual para importar gás natural da Bolívia. O presidente da companhia, Cósme Polêse, participou de uma missão brasileira à Santa Cruz de la Sierra, na qual também estiveram presentes representantes de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
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A missão se reuniu com o presidente boliviano, Evo Morales, o ministro de Energia da Bolívia, Luis Alberto Fernández, e o presidente da YPFB (estatal boliviana), Guilhermo Achá, para oficializar a criação do grupo de trabalho que irá negociar os novos contratos de suprimento de gás aos Estados. O contrato atual vence em 2019.
Até então, negociações desse tipo eram lideradas pela própria Petrobras. No entanto, a estatal brasileira anunciou que deve reduzir sua atuação na importação do combustível vindo do país, em linha com a atual política de desinvestimento em gás que vem pondo em prática.
Com o novo cenário, os representantes dos Estados se articularam para a negociação direta com a Bolívia. De acordo com informações divulgadas pela SC Gás, a articulação sem intermediação da Petrobras foi autorizada pelo presidente Michel Temer.
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Além de importar o combustível, a Petrobras contratava a capacidade de transporte via gasoduto, o que também deixará de ser feito. Com isso, fica aberta a oportunidade para um novo player no mercado, a ser definido a partir de consulta pública da Associação Nacional do Petróleo (ANP).
As próximas discussões do grupo de trabalho devem ocorrer no dia 22 de maio durante o evento da International Gas Union (IGU), que ocorrerá em Florianópolis. Já estão confirmadas as presenças do ministro de Energia boliviano, do presidente da YPFB e de cinco governadores.
Para Polêse, a possibilidade do novo contrato deve aumentar a oferta e ampliar o mercado de gás natural no Estado.
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—É uma janela de oportunidades para buscarmos uma negociação mais favorável para nossa região, considerando que o gás natural cumpre papel fundamental no desenvolvimento econômico das cidades e qualidade de vida da população – afirmou.
Privatização
Na última semana ventilou-se a possibilidade de privatização do controle da SC Gás, além de outras oito companhias estaduais de fornecimento do combustível. Segundo informações do jornal Valor Econômico, há alguns anos a iniciativa privada tem manifestado interesse nas distribuidoras de gás canalizado brasileiras. Consultado, o governo catarinense afirmou que esta é uma questão a ser pensada em um início de mandato, não no final.
De economia mista, a SC Gás tem como acionista majoritária a Celesc, com 51% das ações ordinárias.O restante se distribui entre Gaspetro (24%), Mitsui (24%) e Infragás (consórcio entre indústrias de SC e do PR, com 1%).
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