A partir desta terça-feira (5), Santa Catarina passa a contar com mais duas arquidioceses. O título foi dado a Joinville e Chapecó, que deixaram de ser dioceses após reconhecimento do Papa Francisco. Uma arquidiocese, também chamada de província eclesiástica, é uma divisão administrativa que abrange dioceses vizinhas, assumindo essa posição devido ao seu tamanho ou relevância histórica, explicam as novas arquidioceses.
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Com isso, os bispos diocesanos Dom Francisco Carlos Bach, de Joinville, e Dom Odelir José Magri, de Chapecó, passam agora a ser arcebispos metropolitas. A Igreja Particular das duas cidades deixa de ser responsabilidade da Arquidiocese de Florianópolis. Agora, elas passam a presidir novas províncias eclesiásticas. Joinville irá abarcar as Dioceses de Blumenau e Rio do Sul, já Chapecó, as de Lages, Joaçaba e Caçador.
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Conforme a Arquidiocese de Joinville, o Metropolita não dispõe de poder de regime ou de governo nas dioceses sufragâneas, mas cabe a ele, na presidência da província eclesiástica, convocar e presidir o concílio provincial e o desempenho de algumas competências elencadas no Código de Direito Canônico cân. 436r: vigiar pela disciplina eclesiástica; visita canônica em caso de omissão do Bispo sufragâneo e designar Administrador Diocesano nos casos previstos pelo direito canônico.
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O título de Arcebispo Metropolita não representa um grau hierárquico a mais na Igreja Católica, contudo, para manifestar os laços de comunhão com a Sé Romana, o Metropolita recebe do Papa o Pálio, paramento litúrgico feito de lã branca, com seis cruzes, usado em modo de escapulário como sinal da condição de arcebispo.
— [Me sinto] feliz, mas com mais responsabilidade, afinal de contas, é um reconhecimento do trabalho que é feito, mas por outro lado, o Papa está dizendo: “olha Dom Francisco, a partir de hoje você está muito mais unido com a Santa Sé”, cria-se um vínculo maior. […] E é autoridade não de governo, mas de serviço e é nesse contexto que vamos trabalhar — comenta o, agora, arcebispo de Joinville, Dom Francisco Carlos Bach, em entrevista à CBN Joinville.
A Arquidiocese de Joinville conta hoje com 66 paróquias, 155 padres, 95 diáconos e fazem parte de sua circunscrição 18 municípios do norte catarinense com uma população estimada em mais de um milhão de habitantes.
— Diante desta decisão, destaco o reconhecimento e valorização da Santa Sé para a caminhada da Igreja Católica, no Regional Sul 4 – Santa Catarina, no intuito de facilitar a organização pastoral, favorecer uma maior proximidade e articulação da ação evangelizadora no contexto da província eclesiástica — afirma o arcebispo de Chapecó, Dom Odelir José Magri
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A Província Eclesiástica de Chapecó conta atualmente com 76 padres, 46 paróquias e 1488 comunidades, fazendo parte de sua circunscrição 80 municípios no Extremo Oeste Catarinense.
Ainda há também a Arquidiocese de Florianópolis, criada em 17 de janeiro de 1927, antes pertencente à Província Eclesiástica de Curitiba (PR), e todas as demais dioceses do estado lhe eram sufragâneas. As dioceses de Tubarão e Criciúma permanecem como sufragâneas da Metropolia de Florianópolis.
Uma província eclesiástica pode ser eleita, modificada ou suprimida somente pela autoridade suprema da Igreja, o Papa. Esse modelo de organização foi inspirado na divisão administrativa do Império Romano, sendo adotado pela Igreja de modo oficial desde o Concílio de Nicéia no ano 325. No Brasil, há 48 províncias eclesiásticas já contando as duas novas recém-criadas pelo Papa Francisco.
A figura do arcebispo
A condição de Arcebispo não se refere a um novo grau do sacramento da ordem, pois este se recebe somente nos seus três graus: episcopado, presbiterado e diaconato, mas representa uma dignidade que fica abaixo somente da dignidade cardinalícia e o título é concedido apenas pela nomeação do Papa.
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Ao mesmo tempo, esse título serve para reconhecer a importância de algumas sedes episcopais do ponto de vista histórico e social. A esse título atualmente não estão vinculadas funções especiais de governo, mas de presidência de sua província eclesiástica.
Desde muito cedo a Igreja reconheceu a algumas igrejas particulares um destaque especial como às sedes episcopais de Roma, Jerusalém, Alexandria e Antioquia. Já no século IV, há notícias da organização metropolitana presidida por um bispo metropolita que mais tarde recebeu o título de Arcebispo. Desse modo, o Arcebispo Metropolitano designa historicamente o ofício eclesiástico daquele que preside uma Sé reconhecida pelo Papa como principal na província eclesiástica.
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