Santa Catarina foi o Estado que menos adotou ensino remoto na volta às aulas em 2021 durante a pandemia da Covid-19. Os dados divulgados pelo Censo Escolar, na quarta-feira (8), afirmam que apenas 1,5% das escolas da rede pública catarinense optou por manter o ensino online. Em fevereiro daquele ano, SC tinha ainda 92,2% de ocupação das UTIS e se aproximava de 7,5 mil mortes.

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Quase 30% das escolas adotaram o ensino totalmente presencial no Estado dentro do período, segundo a pesquisa. Número que deixa Santa Catarina acima da média nacional, de 8%, das instituições que voltaram às aulas de forma 100% presencial.

Na época, o secretário de Estado da Educação, Luiz Fernando Vampiro, defendeu a decisão como dever de Santa Catarina de ampliar o número de estudantes nas escolas para reduzir o número de abandono escolar. Em julho daquele ano, o Estado estudava também diminuir o distanciamento de 1,5 metro entre crianças e adolescentes para um metro — na época, o Estado já ultrapassava as 16 mil mortes.

— Santa Catarina foi pioneira no retorno às aulas presenciais no Brasil e não tenho dúvidas de que foi uma medida acertada — defendeu Vampiro em julho de 2021.

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A pesquisa do Censo Escolar 2022 foi dividida em categorias de ensino: apenas remoto, apenas híbrido e apenas presencial, o que se estendeu também para presencial e remoto, presencial e híbrido e híbrido e remoto — todas as medidas adotadas pelas instituições ao longo do ano letivo de 2021. 

Na categoria apenas remoto, a região Norte do país ficou acima do percentual brasileiro, de 17,4%. Roraima, por exemplo, adotou o ensino online em 69,5% das escolas de educação básica em 2021, enquanto o Amapá teve 39,8% das instituições mantidas remotamente. 

Veja os números em Santa Catarina

  • Apenas remoto: 1,5%
  • Híbrido e remoto: 1,6%
  • Apenas híbrido: 29,2%
  • Presencial, híbrido e remoto: 11,4%
  • Presencial e híbrido: 21,3%
  • Apenas presencial: 27,8%

O que diz a antiga gestão

Após a publicação da reportagem, o ex-secretário de Educação do Estado Luiz Fernando Vampiro entrou em contato com o Diário Catarinense e afirmou, em nota, que a adoção de aulas presenciais no Estado partiu de uma decisão conjunta feita por 14 entidades. Entre elas, o Ministério Público, Tribunal de contas e Secretaria de Estado da Saúde. O grupo, segundo ele, criou regramentos definidos “para que o retorno fosse realizado com segurança, tanto no ensino público quanto no privado”.

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“O entendimento do grupo era que a escola não era a vilã da pandemia a partir de pesquisas divulgadas na época. Assim, deveria ser a última a fechar e a primeira a abrir. No caso da rede estadual, ainda havia o monitoramento dos casos por um painel de dados preenchido todos os dias pelos diretores escolares, de forma que era possível monitorar e aplicar medidas nos locais em que havia muitos casos de Covid-19”, escreveu.

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