Santa Catarina foi o quarto Estado que mais faturou com viagens nacionais de turistas durante a pandemia. Só em 2021, foram gastos R$ 864 milhões com visitas às cidades catarinenses, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O valor representa cerca de 8,8% do dinheiro que os viajantes que chegaram a pernoitar em seus destinos, seja por lazer ou outras razões, fizeram circular em todo o país. O Estado só ficou atrás de São Paulo (R$ 1,8 bilhão), Bahia (R$ 1,1 bi) e Rio de Janeiro (R$ 1,0 bi).

Em 2020, esse percentual foi quase o mesmo, de 8,9%. Naquela ocasião, no entanto, o valor absoluto de gastos com turismo em Santa Catarina ficou um pouco acima, na ordem dos R$ 978 milhões. Ainda assim, essa queda acompanhou um movimento nacional, quando o acumulado gasto por viajantes foi de R$ 11 bi para R$ 9,8 bilhões.

Além disso, entre os dois anos, houve ao menos um aumento do gasto individual de cada turista que esteve nas cidades catarinenses. No primeiro ano da pandemia, cada viajante que visitou Santa Catarina gastou cerca de R$ 214 por dia. Já em 2021, esse valor subiu para R$ 257 — na ocasião, foi o terceiro Estado com maior gasto per capita.

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Os números estão na segunda edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Turismo, desta quarta-feira (6). Esta versão recém-lançada inaugurou a divulgação de dados sobre gastos dos viajantes.

Na primeira delas, de 2019, Santa Catarina aparecia como o nono Estado que mais recebia turistas entre viagens nacionais. Já na nova Pnad Contínua Turismo, referente a 2020 e 2021, passou para a sétima posição, concentrando 5,2% de todas as viagens.

A pesquisa vai ao encontro do que empresários do turismo e gestores públicos de municípios, em especial na Serra Catarinense, já relatavam ao longo da pandemia, sobre terem visto um boom de viajantes que buscavam destinos ao ar livre, com menor risco de exposição ao novo coronavírus. Isso incluiu até os próprios turistas catarinenses.

— Durante a pandemia, o pessoal descobriu a Serra Catarinense, principalmente o turista doméstico. Em vez de ir para mais longe, decidiu vir para a região serrana — disse o secretário Antenor Arruda, que chefia o Turismo em Urupema, ao Diário Catarinense em maio deste ano, quando a região esteve cheia de viajantes por conta da neve.

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A Pnad Contínua Turismo também mostra como a desigualdade econômica influenciou as viagens a nível nacional. Entre residências com renda a partir de quatros salários mínimos, ao menos uma em cada três (33,1%) teve um morador que viajou em 2021. Já entre famílias mais pobres, que sobrevivem com até meio salário, isso esteve em 7,7%.

Ainda entre as mais pobres, 35,1% das viagens foram motivados por tratamentos de saúde, razão mais comum do que por visitas a amigos e familiares (31,4%) ou para lazer (14,3%). Já entre os lares mais ricos, isso se inverteu: mais da metade das viagens (57,5%) foram feitas por lazer, enquanto o índice por saúde ficou em 4,4%.

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