O outono em Santa Catarina deverá ser de pouca chuva. Na primeira metade de abril, o Estado ainda terá o registro de pancadas frequentes, mas mal distribuídas. Passada essa próxima quinzena, a expectativa é de tempo seco ao menos até o final de junho.
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A previsão é do Fórum Climático Catarinense, que reúne meteorologistas de diversas instituições ao final de cada mês, sob coordenação da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), para tratar do panorama climático no Estado.
O tempo seco deixará o volume de chuvas abaixo da média climatológica para os próximos três meses — do Planalto ao Litoral, essa média mensal costuma variar entre 80 milímetros e 140 milímetros. Já nas regiões Oeste e Meio-Oeste, esse volume vai de 150 milímetros a 190 milímetros no período.
A falta de chuvas é motivada, principalmente, pelo La Niña, fenômeno que já impacta Santa Catarina desde o ano passado, causando estiagem no Oeste. A região precisará seguir com medidas de mitigação da seca, ainda que tenha recuperado parte do volume de chuvas em março e possa contar com mais precipitação em abril.
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— Não vão ser um ou dois meses [de chuva] que vão resolver a questão da estiagem, porque isso vem se alongando já há alguns anos. São momentos paliativos, que dão alguma tranquilidade. Agora o pessoal não está reclamando, porque choveu no mês de março, mas é preciso ficar atento — disse Leandro Puchalski, meteorologista da NSC.
As chuvas no próximo trimestre deverão surgir a partir de frentes frias, sistemas de baixa pressão e vórtices ciclônicos, segundo o boletim do Fórum Climático, que alerta ainda serem comuns ciclones extratropicais no período, com ventos fortes e agitação no mar.
A previsão ainda entende que a temperatura no outono em Santa Catarina estará próxima à média climatológica, mas com maior amplitude térmica — ou seja, com maior diferença entre temperaturas quentes e frias ao longo de um mesmo dia.
Em abril, o Extremo-Oeste do Estado poderá ter geadas com as primeiras massas de ar frio. Isso deve se estender para todas as regiões a partir de maio, que podem ter também nevoeiros. Em junho, são esperados episódios de neve no Planalto Sul, tão aguardados pelos turistas.
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O que é o La Niña
Não há consenso sobre a origem do La Niña, no entanto, especialistas reconhecem o fenômeno quando identificam queda da temperatura superficial do oceano Pacífico na altura da linha do Equador, o que altera a evaporação da água e a circulação dos ventos.
O fenômeno gera um efeito em cadeia no clima de impactos globais, com chuvas torrenciais em algumas partes do mundo e períodos de seca em outras, como é o caso de Santa Catarina. Há ainda o El Niño, de efeitos contrários e reconhecido a partir do aquecimento do Pacífico.
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