O governo de Santa Catarina vai entrar com uma ação judicial para garantir o uso da força para a liberação das rodovias no Estado. Desde da noite de domingo (30), manifestantes bloqueiam vias em todas as regiões do Estado. Às 17h30min, havia mais de 70 pontos interditados.
Continua depois da publicidade
Receba notícias do DC via Telegram
De acordo com o Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial a, a ação deve ser protocolada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) nas próximas horas e aplicada imediatamente após a decisão da Justiça. O objetivo é garantir a liminar para ajudar na negociação para a liberação das vias e não, de fato, usar da força para isso. O documento também deve prever a atuação da polícia nas rodovias federais, caso seja solicitado.
— Com a ordem judicial nós vamos conversar, explicar. Normalmente tendo a ordem judicial as pessoas acabam [o bloqueio], não é necessário fazer o uso da força. Então, você conversa e dialoga, para ver se resolve de forma moderada a situação — diz o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcelo Pontes.
A intenção do documento é, principalmente, ajudar nas negociações, segundo o colegiado. A preocupação é liberar itens essenciais, como alimentos e combustíveis, para que não ocorra desabastecimento. Para isso, já existem conversas com o movimento, inclusive com efetivo à disposição pra ajudar na escolta desses veículos. No momento, segundo as entidades, não houve perdas por conta dos bloqueios, mas há a preocupação, principalmente se a manifestação se estender.
Continua depois da publicidade
— Nós pedimos para que o movimento tenha bom senso e deixe passar os veículos de transporte de cargas perecíveis, com carne viva, combustíveis […]. A gente pede para que o movimento tenha consciência com relação a isso — diz o perito-geral Giovani Eduardo Adriano, presidente do Colegiado.
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar, os órgãos de segurança não tinham informações de que as manifestações pudessem acontecer após o resultado das eleições. Além disso, eles alegam que não há uma liderança definida que coordene a ação no Estado, nem o objetivo da manifestação. Conforme a PM, não há participação apenas de caminhoneiros, mas também de políticos e outros membros da sociedade.
— Nós estamos monitorando e fazendo essa conversação ponto a ponto, pedindo a liberação dessas cargas […]. As conversas com as entidades também estão acordadas para caso necessitar de escolta, como foi feito em movimentos anteriores, estamos definindo rotas e possibilidades para que não tenha o impacto na sociedade — reforça.
BR-101, BR-470 e outras rodovias têm pontos de bloqueio em SC; veja lista
No inicío da tarde desta segunda-feira (31), o colegiado se reuniu com entidades e forças de segurança estaduais para discutir medidas em relação ao bloqueio. Participaram representantes da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e sindicatos dos postos de combustíveis, além da superintedência da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Estado.
Continua depois da publicidade
A respeito de um possível fechamento da ponte, o colegiado acredita que isso não acontecerá. Apesar disso, já há um esquema de segurança montado caso seja necessário liberar a via e garantir o trânsito na região.
— O comando rodoviário está acompanhando isso [possível bloqueio], não só na ponte, mas em toda a Grande Florianópolis, acompanhando e monitorando informações de caminhão e de algum veículo, para impedir previamente isso […]. Também há planos em caso de algum bloqueio, para que não atinja a sociedade — diz o comandante-geral da PM.
Mais de 70 pontos de bloqueio são registrados em Santa Catarina, em rodovias federais e estaduais. Todo o efeito da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) está atuando no bloqueio das rodoviasa.
— Quanto maior número de pontos, mais difícil é a atuação para a liberação, já que demanda planejamento e material, é algo que preocupa — diz o comandante-geral.
Continua depois da publicidade
Sobre a atuação da PRF, o Colegiado ressaltou que a superintendência tinha uma reunião agora a tarde com o diretor-geral da PRF para definir as estratégias para desobstruir as vias. Eles também aguardam uma manifestação do governo federal a respeito dos bloqueios.