A má qualidade do pavimento das rodovias de Santa Catarina deve causar o desperdício de 35,3 milhões de litros de diesel somente em 2022, segundo aponta estudo recém-lançado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O prejuízo financeiro com isso para os transportadores que percorrem o Estado será de R$ 161,1 milhões, também de acordo com estimativa da entidade.

Continua depois da publicidade

Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp

A CNT calcula ainda que o estado geral do pavimento da malha rodoviária catarinense causa um aumento de 34,7% no custo dos transportes, o que também impacta diretamente nos preços dos produtos e serviços no Estado, dependentes deste modal.

Entre a malha de rodovias estaduais e federais asfaltadas em Santa Catarina, 57,6% dela apresenta problemas de pavimentação, de acordo com a CNT, que percorreu 3.510 quilômetros no Estado.

SC tem pior trecho de BR do país, aponta estudo

Continua depois da publicidade

A condição do pavimento também tem impacto negativo ambiental. Só o combustível desperdiçado deve ser responsável por emitir, em 2022, cerca de 91.908 toneladas de gases de efeito estufa (GEEs), fenômeno responsável por aquecer o planeta e desencadear as mudanças climáticas.

A título de comparação, o volume é maior do que a emissão de GEEs tida por toda a cidade de Biguaçu, na Grande Florianópolis, no ano de 2019 (68.557 toneladas), segundo calcula o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima.

COP 27: Catarinense vê atraso de SC na discussão climática

“O modo rodoviário brasileiro atua como elo da cadeia de logística de serviços nacionais. Logo, o seu funcionamento é fundamental e as ações para o seu desenvolvimento devem ser direcionadas para os ganhos de eficiência energética, que ajudam na diminuição das taxas de poluição dos veículos”, aponta a CNT em seu estudo.

Para minimizar isso, a entidade propõe, além de correções estruturais nas rodovias, o que permitiria o investimento dos valores desperdiçados no mercado de carbono e ações de reflorestamento, o incentivo à aquisição de caminhões movidos a biometano.

Continua depois da publicidade

“Esses veículos diminuiriam em aproximadamente 37%56 as emissões de GEE ao ano, em relação aos veículos movidos a diesel”, emenda a CNT.

Leia mais

SC tem 68,2% das rodovias pavimentadas com algum tipo de problema, aponta pesquisa

SC registra mais de 200 acidentes por buracos nas rodovias federais em menos de cinco anos