Inspirada em um sistema usado no Texas, nos Estados Unidos, o governo estadual está desenvolvendo uma ferramenta de monitoramento hídrico para Santa Catarina. A ideia é reunir dados e indicadores em uma plataforma, que mostrará o risco de vulnerabilidade hídrica por município e por bacia hidrográfica. Devem ser incluidas informações sobre escassez, qualidade e poluição da água, entre outras.

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A intenção é que as informações sejam abertas à população, assim como no modelo americano. Criado em 1961, o Texas State Water Plan é um plano atualizado a cada cinco anos que reúne dados de todos os grupos de usuários de água no estado, como irrigação, manufatura, pecuária, mineração e energia termoelétrica. Por meio de um site, moradores podem acompanhar o cumprimento dos planos.

O projeto catarinense é encabeçado pela Secretaria do Meio Ambiente e Economia Verde (Semae) em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri). O investimento é de R$ 1 milhão e envolve contratação de pesquisadores, criação de tecnologia e estrutura.

— A ferramenta vai nos permitir traçar estratégias de gestão da água. Vamos poder também traçar melhor as políticas públicas adequadas, quais obras precisamos fazer, e em quais regiões elas serão prioridade. É um mapeamento muito importante para planejarmos o abastecimento de água pelos próximos 50 anos — afirma o secretário de Meio Ambiente e Economia Verde de Santa Catarina, Guilherme Dallacosta.

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Seca no Oeste preocupa

Em Santa Catarina, uma das principais preocupações é a seca. Dados de 2000 a 2023 do Atlas Digital de Desastres no Brasil mostram que o fenômeno é responsável por um terço do prejuízo com desastres climáticos no Estado. No período, foram perdidos mais de R$ 10,6 bilhões, principalmente na agricultura e no comércio.

Com a crise climática, a tendência é que períodos de chuva e de estiagem ganhem intensidade. A La Niña, por exemplo, vem causando escassez hídrica especialmente nas regiões Oeste e Extremo Oeste de Santa Catarina. Em 2022, os prejuízos com o fenômeno superaram R$ 4,2 bilhões na agricultura. As culturas mais afetadas são de milho, soja, feijão e maçã.

— Apesar de termos uma média anual boa de 1,8 mil milímetros de chuva por ano, precisamos gerir bem esta água. Esta ferramenta vai ser essencial para organizarmos ainda melhor a distribuição hídrica por toda Santa Catarina de maneira eficaz — diz o secretário.

Ainda não há uma previsão de lançamento da plataforma. Segundo o governo, o recurso será disponibilizado para a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), ao longo de dois anos.

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