O Governo do Estado assinou o documento que decreta situação de emergência em Santa Catarina por causa da crescente no número de casos e mortes por dengue. O ato aconteceu na manhã desta quinta-feira (22) em Joinville, cidade catarinense que mais tem óbitos e enfrenta o pior cenário da doença. Este é o terceiro ano seguido que SC vive uma epidemia e declara emergência na saúde pública por causa da doença.

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Durante a coletiva de imprensa, a secretária de Estado de Saúde, Carmen Zanotto citou que o clima tem influenciado na proliferação do Aedes aegypti e que, por este motivo, a Defesa Civil também está envolvida na fiscalização e combate á doença.

Santa Catarina recebe a primeira remessa de vacinas contra a dengue

— Temos que entender que o que estamos vivendo pode ser entendido como um desastre climático — afirmou.

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A secretária ainda disse que, se for preciso, usará forças de segurança para entrar em casas e locais abandonados a fim de combater os focos do mosquito.

Em todo Estado, o número de casos prováveis em 2024 já é 650% maior do que no mesmo período do ano passado. Além disso,155 cidades catarinenses estão infestadas pelo Aedes aegypti e, em dois meses, unidades de saúde já registram filas e superlotação, além de nove mortes confirmadas.

Neste ano, já foram registrados 17.696 casos prováveis de dengue em 177 cidades. Também foram identificados 12.885 focos do Aedes aegypti em 215 dos 295 municípios. A alta em números de casos confirmados e mortes fez com que oito cidades de Santa Catarina decretassem situação de emergência pela doença. São elas:

  • Florianópolis;
  • São José;
  • Balneário Piçarras;
  • Coronel Martins;
  • Penha;
  • Itapiranga;
  • Araquari;
  • Joinville.

Veja fotos da coletiva de imprensa

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O que leva a um decreto de emergência

Um decreto de emergência é publicado na saúde pública quando há um risco epidemiológico que pode colapsar o sistema. Em Santa Catarina, a maioria das cidades está infestada pela dengue e isso fez com que oito cidades assinassem o decreto.

O governo do Estado também deve assinar o documento. Isso vai ocorrer por conta do alto número de casos já notificados e prováveis da doença que, em caso de agravamento de pacientes, podem extrapolar a capacidade de hospitais e demais unidades de saúde sob a direção municipal e estadual.

Com o decreto, portanto, o governo tem a possibilidade de pedir mais recursos do governo federal que devem ser investidos, conforme a secretária Carmen Zanotto, na contratação de quadro pessoal e compra de novos leitos para evitar-se as superlotações que foram recorrentes no ano passado.

— As ações devem facilitar o acesso e o tratamento adequado dos pacientes, a fim de evitar complicações e mortes associadas a essa doença, neste momento de transmissão acelerada de dengue, que pode ser saturar a rede de assistência rapidamente — destaca Zanotto.

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Animação mostra o ciclo de vida do Aedes aegypti

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