Se o Campeonato Brasileiro terminasse hoje, Santa Catarina viveria um 2020 como em 2001, a última edição sem presença do time do Estado na elite do futebol nacional. Passado um terço da competição, os dois representantes catarinenses na Série A estão na zona de rebaixamento e outros dois que estão na Série B figuram pelo miolo da classificação. Os comentaristas da NSC apontam sugestões para que os times melhorem para evitar a repetição da situação de quase 20 anos atrás.
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AVAÍ
A equipe não sabe o que é uma vitória há quase quatro meses. É o lanterna do Brasileirão com apenas cinco pontos conquistados – todos em empates – em 12 partidas até agora. A esperança azurra se renova para o duelo das 16h deste domingo. Na Ressacada, recebe o Botafogo em busca do primeiro triunfo na Série A.
Ainda precisa de encaixe da escalação. A equipe melhorou, dá para notar crescimento da depois da vinda do técnico Alberto Valentim. Ainda acho que tem possibilidade de crescer ao colocar o Lourenço na lateral direita e deixar o Caio Paulista no ataque. Na minha visão, é uma formação próxima do ideal para que a equipe reaja no Brasileirão. Acho fundamental a volta do meia João Paulo à formação, porque foi bem no seu retorno.
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Tem dificuldades naturais de um time que em reconstrução durante a competição. O time precisava de reforços e eles só vieram com os jogos em curso. Alberto Valentim também está mexendo na equipe. Tem tornado o ataque mais forte, com mais dinâmica e intensidade, só que ao mesmo tempo bagunçou um pouco a chamada organização defensiva. Se conseguir um equilíbrio novamente pode lutar por vitórias na competição.
A equipe vive a pressão pela primeira vitória. A conquista dela é fundamental para a sequência. Tenho certeza que Alberto Valentim e sua comissão pensam jogo a jogo. O objetivo de momento é fazer os três pontos sobre o Botafogo, que será na Ressacada. Não adianta fazer meta por grupo de partidas se não vencer o próximo duelo. Depois vê quem vem pela frentre. A recuperação do Avaí é sempre o próximo jogo.
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CHAPECOENSE
A equipe não sabe o que é vencer desde o final do mês de maio, quando ganhou do Cruzeiro fora de casa. O Verdão está na zona de rebaixamento há cinco rodadas e tenta a escapada na segunda-feira. Com o Grêmio envolvido com Libertadores e Copa do Brasil, deve encarar um time sem força máxima na partida em Porto Alegre.
Vejo a Chapecoense previsível, contratou muito, tem alta folha de pagamento, e não decola. Por isso a dispensa do Ney Franco. Quem pode fazer a diferença é o meia Camilo. É um bom jogador, mas isso ainda não aconteceu. O zagueiro Maurício Ramos chegou e vai, talvez com o Gum, acertar o sistema defensivo. Vejo falta de qualidade no meio de campo do Verdão, mas por falta de entendimento entre os jogadores, em alguns momento previsíveis.
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A Chapecoense precisa ajustar a defesa. O time tem um artilheiro inspirado, que é Everaldo, trouxe Henrique Almeida, que bom jogador, e tem Camilo na criação. A questão é o sistema defensivo, que tem falhado muito mais se comparado às últimas temporadas. As costas dos laterais são caminhos aos adversários, a cobertura não está boa. Quem tem um jogador fazendo gols, pode ganhar jogos, mas precisa se defender bem também.
Os novos reforços podem dar consistência ao time. Mas acho que a grande mobilização passa pela chegada de um novo técnico, para fazer com que o elenco renda mais do que rendeu até aqui. A presença de um novo comandante dá fôlego ao time. O plantel tem qualidade, e foi reforçado. Mas é fundamental um novo treinador meticuloso na organização do time em campo, encaixaria bem nesta Chapecoense por um desempenho melhor.
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CRICIÚMA
Com apenas um ponto somado nos últimos quatro jogos, a equipe do Sul de Santa Catarina corre risco de voltar ao Z4 pela terceira vez nesta Série B. Para que isso não aconteça precisa aproveitar o mando de campo. Neste sábado, às 16h30min enfrenta o Operário-PR no Heriberto Hülse e na rodada seguinte tem como adversário o Sport.
O técnico Gilson Kleina ainda não conseguiu fazer decolar o futebol desta equipe. O Criciúma tem jogadores interessantes que podem render mais. Há esperança que Léo Gamalho resolva na frente, mas ele precisa da ajuda de outros companheiros de frente. No meio de campo também, porque Wesley não pode resolver todas as questões no setor. Me parece que a zaga não está consolidada e Kleina tem variado em busca da melhor dupla para solidificar o setor.
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O time tem bons jogadores, mas a combinação produz um futebol muitas vezes burocrático. O exemplo é Wesley, o melhor da equipe. Tem excelente passe e praticamente carimba as jogadas na construção, só que falta alguém com mais dinâmica ao seu lado para dar vida ao time. Apesar da melhora com Léo Gamalho e Vinicius, em alguns jogos o ataque é pouco agressivo. Na defesa, as laterais são um problema, com baixa eficiência na frente e alguns espaços deixados atrás. Precisa crescer em todos setores por mais dinâmica e intensidade.
Todo o planejamento e a mobilização do Criciúma passa por estes dois jogos dentro de casa, o Operário-PR e Sport, um dos candidatos ao acesso. Se vencer estas duas partidas, ganha força e volta ao bloco dos times que aspiram vaga na elite do ano que vem. Ainda, dois triunfos no Heriberto Hülse irão mobilizar o plantel e a comissão técnica ganha tempo para fazer os acertos necessários na formação. Caso contrário, vai ter de olhar mais para trás do que para frente da classificação da Série B.
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FIGUEIRENSE
Em meio à crise financeira que fez jogadores não treinarem e teve saída do técnico Hemerson Maria entre os efeitos, o Figueirense travou: são quatro partidas seguidas sem vencer. Tentando se refazer os problemas, Vinícius Eutrópio foi contratado para o comando e a estreia dele está marcado para as 19h15min deste sábado, contra o Vila Nova, no Serra Dourada.
No papel é um time que pode chegar. Vamos ver como será o Figueirense do Vinícius Eutrópio. A perda do Denis é uma grande baixa. Além de bom goleiro, presente em todas as partidas do ano, era um dos líderes do elenco. Vidotto e Elisson têm chance e expectativa de desempenho a altura do agora ex-companheiro. A equipe tinha João Diogo, negociado, uma boa válvula de escape para o decorrer das partidas. No entanto, Robertinho mostrou que pode ser esta figura para o time.
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O time deixado por Hemerson Maria é organizado e competitivo. Joga melhor em contra-ataque do que com a posse de bola e indo pra cima. Mas isto não deve ser alterado por Vinícius Eutrópio. A característica do time está definida, embora ajustes para os jogos em casa podem resolver a questão de ser o protagonista do jogo. No Scarpelli, pode liberar os laterais para ganhar agressividade e gente no ataque. A bola parada também pode ser melhor aproveitada. Se resolver fora do campo, o Figueirense pode brigar na parte de cima da tabela.
Faz boa campanha, mesmo com os problemas fora de campo. O grupo de atletas já demonstrou comprometimento com a instituição. A motivação para a sequência da Série B passa especificamente em não atrasar os pagamentos dos jogadores. Com a parte financeira em dia, o grupo estará motivado e poderá brigar no grupo de cima, ainda que comandado por outro treinador. Se as coisas voltarem ao normal dentro do clube, acredito que o Figueirense vai brigar pelo acesso.