A poucos dias para a visita oficial ao Japão, empresários, governo do Estado e representantes do país asiático reuniram-se nesta segunda-feira na Federação das Indústrias de SC (Fiesc) para comemorar a abertura do mercado de carne suína catarinense, único Estado brasileiro habilitado a exportá-la para o Japão.
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O país asiático é conhecido por consumir carne de alto valor agregado – e que exige medidas sanitárias rigorosas para o comércio do produto. O cônsul-geral para a região Sul, Yoshio Uchiyama, destacou o trabalho incansável de SC para ser reconhecido como livre de febre aftosa sem vacina e comentou que 30% da carne de frango consumida no país tem origem catarinense.
Em entrevista ao DC, o segundo secretário da Embaixada, Kentaro Morita e responsável por assuntos agrícolas, completou que a credibilidade dos produtos de SC por parte dos consumidores japoneses contribuiu para a abertura do novo mercado.
Diário Catarinense – Quantas visitas foram feitas em SC para habilitação dos oito frigoríficos?
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Kentaro Morita – A missão oficial foi feita em 2011, com peritos que pertencem ao Ministério da Agricultura do Japão, da divisão sanitária para assuntos agropecuários.
DC – Esta é a primeira vez que o Japão faz negociação só com um Estado e não com o país inteiro. O que motivou essa oportunidade?
Morita – A primeira coisa que levou ao sucesso foi o fato de SC ter 67 barreiras sanitárias na divisa da fronteira e entre os estados limítrofes. Isto foi constatado na missão feita em 2011, quando os peritos identificaram que as barreiras funcionam suficientemente bem.
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DC – Conhecer o mercado catarinense, a partir da importação de carne de frango, contribuiu para a abertura do mercado suinocultor?
Morita – Sim. A importação de carne de frango de SC, durante os anos, conquistou a credibilidade dos consumidores japoneses.
DC – EUA, Canadá e Dinamarca são os maiores exportadores de suínos para o Japão. Quanto tempo levou entre abrir o mercado para eles e as primeiras importações em solo asiático?
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Morita – Não temos informação exata quanto ao procedimento de criar confiança dos mercados em questão. Mas, se os documentos e os contratos entre as empresas existirem, dá de fazer comercialização no tempo de seis meses a um ano. Algumas tradings japonesas já manifestaram interesse no mercado catarinense, sob sigilo. Seus representantes já vieram para o Brasil e têm ligação com o mercado por causa da importação de carnes de frango.