Santa Catarina desbancou Goiás e já é o quarto maior produtor de leite do país. De acordo com o secretário adjunto da Agricultura do Estado, Airton Spies, dados do IBGE divulgados recentemente confirmam a posição com um volume de 2,43 bilhões de litros recolhidos pelas indústrias, contra 2,13 bilhões de litros de Goiás. Esse volume não leva em conta o leite produzido e consumido nas propriedades, que é em torno de 25% do total.

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O motivo da ascensão de Santa Catarina é que o estado foi o único dos cinco primeiros que cresceu de produção. Enquanto Goiás caiu 5,5% no ano passado, em virtude de uma seca no Centro-Oeste, em Santa Catarina houve crescimento de 3,8%. No Brasil houve queda de 3,7%.

Spies destacou que a atividade é a nova “estrela” do agronegócio, que envolve 70 mil famílias e gera milhares de empregos no campo, serviços, transporte e indústria. Com apenas 1,2% do território, Santa Catarina representa 10,5% da produção nacional. Os motivos são clima favorável para implantação de pastagens e abundância de água. O solo propício e a mão-de-obra familiar contribuem para o sucesso da atividade.

Maiores produtores de leite do Brasil em 2016 (IBGE)

1º Minas Gerais- 6,1 bilhões de litros

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2º Rio Grande doSul – 3,24 bilhões de litros

3º Paraná – 2,74 bilhões de litros

4º Santa Catarina – 2,43 bilhões de litros

5º Goiás – 2,31 bilhões de litros

Novos investimentos

Cerca de 75% da produção de leite de Santa Catarina é da região Oeste. E um novo investimento está sendo feito pela Tirol na Região, em Pinhalzinho. Uma nova unidade que já está recebendo leite no local deve começar a industrializar a produção no segundo semestre.

O investimento é de R$ 100 milhões, vai gerar 115 empregos e processar 400 mil litros por dia. Há previsão ainda de uma ampliação para 1,4 milhão de litros, mas sem data definida.

Espaço para crescer

O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados de Santa Catarina (Sindileite), Valter Brandalise, disse que ainda há espaço para crescimento da produção no estado, mas que o produtor está atento a custos e só vai acelerar se a atividade for rentável. Entre as ameaças estão a retração de consumo provocada pelos 13 milhões de desempregados e as importações de leite. De acordo com o presidente do Conseleite, que reúne indústria e produtor, Adelar Zimmer, foram importados US$ 55 milhões em lácteos somente neste ano.