Depois da superlotação de hospitais e mortes por Covid-19 de pessoas à espera de uma vaga, Santa Catarina está há mais de um mês sem fila de espera por um leito de UTI para tratar a doença. Segundo o Painel Coronavírus do NSC Total, que leva em conta dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), desde 5 de agosto as filas aparecem zeradas em todas as regiões.

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Os dados da fila de espera por um leito de UTI Covid-19 passaram a ser divulgados pelo Governo do Estado no dia 3 de março. Na época, eram 217 pacientes, sendo que 144 estavam no Oeste de Santa Catarina. No decorrer dos dias, os números cresceram. Em 17 de março, o Estado registrou o maior número de pacientes aguardando por uma vaga, com 457 pessoas – 101 só no Oeste.

Os números só tiveram uma queda significativa em abril. No último dia do mês, por exemplo, eram 38 pessoas na fila de espera – 91% a menos do que no dia 17 de março. Já no dia 9 de julho foi a primeira vez que o Estado zerou a lista de espera, com todas as regiões sem pacientes.

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Mas, quatro dias depois, houve novamente registro de espera por leitos, com 4 pacientes. Na última vez em que havia fila, no dia 5 de agosto, eram duas pessoas no Norte de Santa Catarina.

Grande Florianópolis está há 4 meses sem filas 

Entre as regiões, a primeira a ter a lista zerada foi o Oeste no dia 4 de abril. Já o Sul foi a última que zerou a lista de espera por uma vaga nas UTIs. A primeira vez que a região não teve pacientes aguardando por um leito nos hospitais catarinenses foi em 29 de junho.

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Grande Florianópolis, em destaque, é a região que está há mais de quatro meses sem pacientes esperando por um leito de UTI Covid-19. A última vez em que houve fila foi em 23 de abril, com uma pessoa aguardando pela vaga, segundo o painel.

Veja a situação por região:

  • Oeste: 4 de abril – primeira vez sem fila; 23 de junho – última vez com pacientes na fila; 
  • Grande Florianópolis: 9 de abril – primeira vez sem fila; 23 de abril – última vez com pacientes na fila; 
  • Serra: 12 de abril – primeira vez sem fila; 23 de junho – última vez com pacientes na fila; 
  • Meio-Oeste: 27 de abril – primeira vez sem fila; 13 de julho – última vez com pacientes na fila; 
  • Norte: 26 de junho – primeira vez sem fila; 4 de agosto – última vez com pacientes na fila; 
  • Vale: 18 de abril – primeira vez sem fila; 15 de julho – última vez com pacientes na fila;
  • Foz: 22 de abril – primeira vez sem fila; 15 de junho – última vez com pacientes na fila;  
  • Sul: 29 de junho – primeira vez sem fila; 30 de junho – última vez com pacientes na fila. 

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Para especialista, vacinação é a principal responsável pela queda 

Além de zerar a fila por um leito de UTI, nas últimas semanas, Santa Catarina também vem registrando queda no números de internações de pacientes com a Covid-19. Nesta segunda-feira (13), segundo dados da SES, 63,5% das vagas destinadas para tratamento da doença em adultos estavam ocupadas no Estado. 

De acordo com a infectologista Carolina Ponzi, a vacinação tem sido crucial para a diminuição dos casos graves da doença. 

— Esse é o papel primordial e primário da vacinação: evitar casos graves e as internações hospitalares. E temos visto isso, tanto em enfermarias quanto em UTIs. Ainda assim, precisamos ficar de olho, porque, aparentemente, a doença veio para ficar, assim como a Influenza — pontua. 

Para evitar que os números voltem a crescer, a especialista acredita que uma das soluções é a imunização completa, seja com duas doses, a vacina de dose única ou a dose de reforço. Isto porque a vacina ajuda a impedir o desenvolvimento dos casos graves da doença.

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— Quanto maior o número de vacinados, menores as chances de quem não se vacinou ou ainda não pode se vacinar, contraia a doença gravemente — reforça. 

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Momento ainda é de atenção, diz SES 

Para o governo estadual, porém, o momento ainda é de atenção. Em nota, a SES afirmou que há sinais de queda no impacto da doença, mas que Santa Catarina ainda vive uma pandemia e, por isso, os cuidados básicos, como o uso de máscaras e álcool em gel, devem continuar. 

“Apesar das taxas de cobertura vacinal terem avançado, ainda não são suficientes para que se tenha outro tipo de cenário. É um momento que precisamos entender isso: atenção nos regramentos e avançar na vacinação”, diz. 

O Diário Catarinense também questionou a SES se, com a queda das internações, haverá a desativação de leitos de UTI. A pasta disse que os leitos que estão sendo desativados serão usados para avançar nas filas cirúrgicas e que, nos demais, será garantido a manutenção para uma eventual necessidade futura no combate à Covid-19. 

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